Igreja

“A aliança das pessoas idosas e das crianças salvará a família humana”, diz Papa

por Pastoral Familiar, 17 de agosto de 2022, 0 Comentários(s)

Papa Francisco durante a Audiência Geral desta quarta-feira (17). (Foto: Reprodução/Youtube)

O Papa Francisco deu sequência, nesta quarta-feira (17), às catequeses sobre a velhice, durante a Audiência Geral realizada na sala Paulo VI, no Vaticano. Na ocasião, o Pontífice falou da aliança entre os idosos e as crianças. Uma aliança que, segundo ele, salvará a família humana. “O testemunho dos idosos é credível para as crianças: os jovens e os adultos não são capazes de torná-lo tão autêntico, tão terno, tão pungente, como os idosos podem”, destacou.

O Santo Padre tomou como inspiração as palavras do sonho profético de Daniel que evocam uma visão de Deus misteriosa e ao mesmo tempo esplêndida, e que são retomadas no Livro do Apocalipse e se referem a Jesus Ressuscitado, que aparece ao Vidente como Messias, Sacerdote e Rei, eterno, onisciente e imutável e lhe diz: “Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último, e o que vive. Pois estive morto, e eis-me de novo vivo pelos séculos dos séculos”.

“Neste entrelaçamento de símbolos há um aspecto que talvez nos ajude a entender melhor a ligação desta teofania com o ciclo da vida, o tempo da história, o senhorio de Deus sobre o mundo criado. E este aspecto tem a ver precisamente com a velhice”, destacou. “A visão transmite uma impressão de vigor e força, nobreza, beleza e encanto. O vestido, os olhos, a voz, os pés, tudo é esplêndido. Seus cabelos, porém, são cândidos: como a lã, como a neve. Como os de um idoso”, completou.

“É velho quanto toda a humanidade, e ainda mais. É antigo e novo como a eternidade de Deus”, explicou o Papa Francisco.

O Santo Padre recorda que nas Igrejas Orientais, a festa da Apresentação do Senhor, celebrada em 2 de fevereiro, é uma das doze grandes festas do ano litúrgico. Ela destaca o encontro entre a humanidade, representada pelos idosos Simeão e Ana, com Cristo, o Senhor, o Filho eterno de Deus feito homem. “O gesto de Simeão é também o mais belo ícone da especial vocação da velhice: apresentar as crianças que vêm ao mundo como um dom ininterrupto de Deus, sabendo que uma delas é o Filho gerado na intimidade mesma de Deus, antes de todos os séculos”, disse.

“A velhice deve dar testemunho – para mim este é o cerne, o mais central da velhice – a velhice deve dar testemunho às crianças da sua bênção: ela consiste na sua iniciação – bela e difícil – ao mistério de um destino à vida que ninguém pode aniquilar. Nem mesmo a morte. Dar testemunho de fé diante de uma criança é semear aquela vida, dar testemunho de humanidade e de fé é a vocação dos idosos. Dar às crianças a realidade que viveram como testemunho, dar o testemunho. Nós, velhos, somos chamados a isso, a dar testemunho, para que elas o levem em frente”.

PAPA FRANCISCO

Para finalizar, o Pontífice apontou que “a aliança das pessoas idosas e das crianças salvará a família humana”. “Onde as crianças, onde os jovens falam com os velhos, há um futuro; se não houver este diálogo entre velhos e jovens, o futuro não é claro. A aliança dos velhos e das crianças salvará a família humana. Poderíamos, por favor, devolver às crianças, que devem aprender a nascer, o testemunho terno dos idosos que possuem a sabedoria do morrer? Esta humanidade, que com todo seu progresso nos parece como um adolescente nascido ontem, será capaz de reavivar a graça de uma velhice que mantém firme o horizonte do nosso destino? A morte é certamente uma passagem difícil na vida, para todos nós: é uma passagem difícil. Todos nós partiremos, mas não é fácil. Mas a morte é também a passagem que encerra o tempo da incerteza e joga fora o relógio. Pois a beleza da vida, que não tem mais uma data de expiração, começa precisamente ali”, concluiu.

*Com informações da Vatican News