“A Igreja está ao lado da vida” é o tema do 5º encontro da Semana Nacional da Vida – evento celebrado em paróquias, comunidades e dioceses de todo o Brasil até o dia 7 de outubro e concluído com o Dia do Nascituro, no dia 8. O objetivo da reflexão é entender a importância que essas normas de fé dão ao assunto e chamar a atenção dos fiéis sobre este acervo de informação, científica e doutrinal, sobre a defesa da vida em suas mais diversas dimensões.
A Instrução Dignitas Personae, da Congregação para a Doutrina da Fé, discorre sobre o tema, tendo como exemplo Jesus Cristo. “O Filho de Deus, no mistério da Encarnação, confirmou a dignidade do corpo e da alma, constitutivos do ser humano. Cristo não desdenhou a corporeidade humana, mas revelou plenamente o seu significado e valor” (DP, n. 7).
O texto ainda recorda a importância de defender a vida, em todas as suas fases. “A comunidade cristã deve saber que as proibições, jurídico-políticas, e não apenas éticas, das diversas formas de racismo e de escravidão, das injustas discriminações e marginalizações das mulheres e crianças e das pessoas doentes ou com grave deficiência, são testemunho evidente do reconhecimento do valor inalienável e da intrínseca dignidade de cada ser humano e sinal de um progresso autêntico que percorre a história da humanidade. Por outras palavras, a legitimidade de cada proibição funda-se na necessidade de tutelar um bem moral autêntico” (DP, n. 36).
Mais recentemente, o tema da vida esteve presente no texto-base da Campanha da Fraternidade 2022, sobre Fraternidade e Educação, quando ressaltou que o ser humano sente-se impulsionado, desde seu íntimo, a superar todas as formas que diminuem a vida, à felicidade ou à autorrealização.
“Essa capacidade ativa presente no ser humano é fruto da atração que a beleza de Deus, fundamento do seu ser, exerce sobre ele. Educar para o belo, que sempre está unido ao verdadeiro e ao bom, é educar para a capacidade que o ser humano tem de superar as estreitezas que sufocam a existência e de abrir-se para a plenitude da vida” (CF 2022, n. 214).
Além das citações contidas no subsídio Hora da Vida, outros documentos da Igreja favorecem a reflexão e a fundamentação teológica e pastoral a respeito da dignidade da vida humana. No site do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, do Vaticano, há um acervo de documentos do Magistério da Igreja sobre o tema [acesse aqui]. Já a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abordou o tema do cuidado com a vida na Campanha da Fraternidade 2020. Os bispos também lançaram duas publicações sobre a temática do aborto, uma com diversos pronunciamentos em defesa da vida e outra com abordagem sobre a fé cristã diante dessa realidade.
Testemunho
A experiência do encontro é do casal Leana e Diego, de São José dos Campos (SP). Casados desde 2008, tiveram uma filha em 2013. Aos seis meses de gestação descobriram que a Anna Giulia era “incompatível com a vida”. Eles contam que só a fé os fazia ter forças para continuar. Hoje, apesar da filha ter morrido, Deus concedeu ainda outras duas filhas, Anna Gabriela e Marianna. “Seguimos adiante com a certeza que a Igreja é um pedacinho do Céu aqui na terra e dela jamais queremos estar distantes”, conta o casal.