Nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Tráfico Humano e o dia de Santa Josefina Bakhita. A história da religiosa padroeira das vítimas do tráfico de pessoas foi lembrada pelo Papa Francisco em mensagem pela data. “Que Santa Bakhita reze conosco e por nós. Abençoo de coração todos vocês que trabalham contra o tráfico e todas as pessoas que encontram nesta jornada por dignidade”, disse o Santo Padre.
“O tráfico de pessoas desfigura a dignidade. A exploração e a sujeição limitam a liberdade e transformam as pessoas em objetos a serem usados e descartados. O sistema do tráfico se aproveita de injustiças e desigualdades que obrigam milhões de pessoas a viver em condições de vulnerabilidade”, destacou o Pontífice. “Infelizmente, o tráfico humano cresce de forma preocupante, afetando especialmente os migrantes, mulheres e crianças, jovens como vocês, pessoas cheias de sonhos e vontade de viver com dignidade”, completou.
O Papa os exortou ainda a todos para que estejam próximos àqueles que são destruídos pela prática. “Caminhar de olhos abertos para reconhecer os processos que levam milhões de pessoas, especialmente jovens, a serem traficadas para serem brutalmente exploradas. Caminhar com o coração atento para descobrir e apoiar os percursos cotidianos para a liberdade e dignidade. Caminhar com esperança para promover ações contra o tráfico. Caminhar juntos dando as mãos para apoiar-se mutuamente e construir uma cultura do encontro, que leve à conversão dos corações e a sociedades inclusivas, capazes de proteger os direitos e a dignidade de cada pessoa”, concluiu.
História de Santa Josefina Bakhita
A irmã morena, assim era carinhosamente chamada santa Josefina Bakhita, nasceu em uma aldeia perto da montanha Agilerei, no Sudão, em 1869. Tendo sido vendida e comprada por várias vezes, experimentou diversas humilhações e sofrimentos físicos da escravidão. A experiência dolorosa fez com que esquecesse o próprio nome – Bakhita, que significa afortunada, foi o nome que recebeu de comerciantes de escravos.
Comprada por um cônsul italiano, a santa foi levada para a Itália, onde foi entregue a uma família em Veneza, quando passou a ser a babá e amiga da menina. Bakhita conheceu Cristo com as religiosas de Santa Madalena de Canossa, onde ficou com a criança enquanto a família teve que voltar à África. Foi batizada aos 21 anos, recebendo o nome Josefina. Dedicou-se por mais de cinquenta anos às várias ocupações no convento. Foi cozinheira, responsável pelo guarda-roupa, bordadeira, sacristã e porteira.
A “santa irmã morena” morreu em 8 de fevereiro de 1947. Em 1992, Bakhita foi beatificada por são João Paulo II e canonizada pelo mesmo Pontífice em 1º de outubro de 2000, após o reconhecimento da cura milagrosa de Eva Tobias da Costa, brasileira, moradora de Santos (SP), que havia rezado pela intercessão de Bakhita em 1980.