Os bispos dos países nórdicos, que é composta por Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia, e as regiões autónomas das Ilhas Faroé, arquipélago da Åland e Groenlândia, emitiram uma Carta Pastoral na qual defendem pontos sobre a sexualidade humana e esclarece a posição da Igreja em relação ao “movimento político e cultural” LGBTQIA+ que assume o arco-íris como seu símbolo.
O texto começa relembrando que a Igreja condena toda discriminação injusta, seja ela qual for, inclusive aquela baseada em gênero ou orientação sexual. “Reconhecemos quão nobres são as aspirações deste movimento. Nós as compartilhamos na medida em que falam da dignidade de todos os seres humanos e de seu desejo de visibilidade”, diz.
No entanto, os bispos discordam “quando o movimento propõe uma visão da natureza humana que se abstrai da integridade encarnada da pessoa, como se o sexo fosse algo acidental”. A oposição é ainda maior quando tal visão é imposta às crianças como uma verdade comprovada e não uma hipótese ousada, e imposta aos menores como um pesado fardo de autodeterminação para o qual eles não estão preparados.
A carta demonstra perplexidade diante de uma sociedade que se preocupa tanto com o corpo, mas que de fato o faz de forma superficial, recusando-se a ver o corpo como um sinal de identidade, e consequentemente assumindo que a única individualidade é aquela produzida pela autopercepção subjetiva. A questão não leva em conta que fomos criados à imagem de Deus e que esta imagem de Deus na natureza humana se manifesta na “complementaridade do masculino e do feminino”. Reitera-se que “o homem e a mulher são criados um para o outro: o mandamento de ser fecundo depende desta reciprocidade, santificado em união nupcial”, completa.
Caminho pacificador
A Carta ainda aponta que a Igreja mostra que compreende que a união entre um homem e uma mulher não pode ser fácil e não sem dor; reconhece que a integração das características masculinas e femininas pode ser árdua e, portanto, consola aqueles que experimentam o que chama de “problemas”.
Os bispos ressaltam que estão dispostos a acompanhar a todos. “Na Igreja há lugar para todos, a misericórdia não exclui ninguém”, explica. “Já existe, por exemplo, um enorme salto de qualidade ao passar da promiscuidade à fidelidade, independentemente do fato que a relação estável corresponda ou não plenamente à ordem objetiva de uma união nupcial sacramentalmente abençoada. Nossa missão e tarefa como bispos é apontar o caminho pacificador e vivificante dos mandamentos de Cristo”, completa o texto.
Sobre o amor
Os bispos nórdicos também explicam que pode ocorrer que um católico fique sem receber os sacramentos por um certo tempo, por diversas situações, mas isso não faz com que ele deixe de ser membro da Igreja.