O Papa Francisco deu novo destaque ao papel da família na vivência da fé que leva para um testemunho de vida. Durante encontro com os participantes da plenária do Dicastério para a Evangelização, na última semana, o discurso lido pelo monsenhor Filippo Ciampanelli apresentou as reflexões do Papa sobre as consequências do secularismo na transmissão da fé. A família aparece como solução nesse cenário.
Secularismo
No discurso, a recordação de que muitas Igrejas locais em todo o mundo enfrentam a realidade do secularismo, que faz com que as pessoas percam o sentido de pertença à comunidade cristã ou que até sejam indiferentes em relação à fé e seus conteúdos.
O momento agora, sabendo dos efeitos negativos, é “propício para entender qual é a resposta eficaz que somos chamados a dar às novas gerações para que possam recuperar o sentido da vida”.
Duas preocupações do Papa nessa realidade do secularismo são o “apelo à autonomia da pessoa”, que pode levar a uma visão de “independência de Deus”, e a visão do ser humano que exige a verdade que habita em cada pessoa, combinada com a “exigência de liberdade nas relações interpessoais e sociais”, aspectos da nova cultura digital.
A fé é testemunho de vida
É neste contexto que a Igreja é chamada a enfrentar o problema da ruptura na transmissão da fé. Para o Papa Francisco, é urgente recuperar uma relação eficaz com as famílias e os centros de formação.
“A fé no Senhor Ressuscitado, que é o coração da evangelização, para ser transmitida, requer uma experiência significativa vivida na família e na comunidade cristã como um encontro com Jesus Cristo que muda a vida. Sem esse encontro, real e existencial, a pessoa estará sempre sujeita à tentação de fazer da fé uma teoria e não um testemunho de vida.”
Durante o encontro, o Papa encorajou os membros do dicastério a encontrarem maneiras para que o Catecismo da Igreja Católica possa continuar sendo conhecido, estudado e valorizado, “para que dele possam ser extraídas respostas às novas exigências que surgem com o passar das décadas”.