A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, encerrada no último sábado (27), traz a promoção e a defesa da dignidade da vida e da pessoa humana desde a concepção até o seu fim natural como um dos desafios pastorais da igreja na região. No total, foram assumidos 12 compromissos, que contribuirão para a continuidade no processo sinodal. Mais de 1000 pessoas participaram de forma virtual e outras 80 presencialmente, entre padres, bispos, leigos e religiosos.
Representando a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o casal coordenador nacional da Pastoral Familiar, Luiz e Khátia Stolf, ressaltou a importância do tema da vida e da família estar presente nas discussões.
“Foi uma alegria ter participado dessa primeira assembleia e ter a oportunidade de discutir, repensar as propostas evangelizadoras da Igreja para a região. Todo o povo de Deus junto, pensando em uma igreja diferente, a caminho, discípula e missionária. O Papa Francisco nos orientou a revisitarmos o Documento de Aparecida e colocá-lo em prática”, contou Khátia Stolf.
Dessa análise que foi realizada em grupos, surgiram 41 desafios para a Igreja Católica na América Latina e Caribe – que ao final se transformaram em 12 pontos que serão trabalhados. “Tivemos que fazer um processo de escuta, de acolhimento e discernir para pensar no bem de todos como Igreja”, destacou Luiz Stolf.
“São desafios que serão abordados durante o Sínodo que já começou nas dioceses e vai até 2023. Dá esperança em ver a nossa igreja trabalhando unida e ver como ela é linda e rica, assumindo a opção pelos pobres, excluídos e por tantas pessoas que estão à margem da sociedade. Nos mostra que devemos ir ao encontro daqueles que mais sofrem”, completou Khátia Stolf.
Confira os 12 desafios propostos durante a Assembleia Eclesial:
- Reconhecer e valorizar o papel dos jovens na comunidade eclesial e na sociedade como agentes de transformação.
- Acompanhar as vítimas de injustiças sociais e eclesiais com processos de reconhecimento e reparação.
- Promover a participação ativa das mulheres em ministérios, órgãos governamentais, discernimento e tomada de decisões eclesiais.
- Promover e defender a dignidade da vida e da pessoa humana desde a sua concepção até o seu fim natural.
- Aumentar a formação da sinodalidade para erradicar o clericalismo.
- Promover a participação dos leigos em espaços de transformação cultural, política, social e eclesial.
- Ouvir o grito dos pobres, excluídos e descartados.
- Reformar os itinerários formativos dos seminários, incluindo temas como ecologia integral, povos nativos, inculturação e interculturalidade e pensamento social da Igreja.
- Renovar, à luz da Palavra de Deus e do Vaticano II, nosso conceito e experiência da Igreja do Povo de DEUS, em comunhão com a riqueza de sua ministerialidade, que evita o clericalismo e favorece a conversão pastoral.
- Reafirmar e dar prioridade a uma ecologia integral em nossas comunidades a partir dos quatro sonhos da Querida Amazônia.
- Promover um encontro pessoal com Jesus Cristo encarnado na realidade do continente.
- Acompanhar os povos nativos e afrodescendentes na defesa da vida, da terra e das culturas.