No segundo dia do seminário Alegria do Amor, que comemora os 40 anos da Exortação Apostólica Familiaris Consortio e os cinco anos da Amoris Laetitia, o presbítero da arquidiocese de Londrina (PR) e mestre e doutor em Teologia Moral, padre Rafael Solano, apresentou os aspectos morais que compõem os documentos. Na terça-feira (4), ele destacou cinco pontos que aproximam as exortações que se distanciam por um espaço temporal de 35 anos – conjugalidade, evangelização, sexualidade, fertilidade e o cumprimento na vida das famílias.
Padre Rafael Solano lembrou que no contexto histórico da Familiaris Consortio, a teologia moral e a moralidade estavam se separando e São João Paulo II percebeu esse movimento, pois uma moral subjetiva estava entrando no ambiente familiar. As pessoas estavam entrando em um drama sério de que a cultura familiar estava sendo agredida. Algo que ocorre até os tempos atuais. “Não existe Pastoral Familiar, não existe teologia moral familiar, se o evangelho não entra em casa. Ele deve se fazer conhecido no lar”, disse. “Devemos evangelizar as famílias novamente, trazendo Cristo para o lar”, completou.
Um dos principais aspectos morais destacados pelo teólogo está ligado à relação dos esposos. “Quando na vida matrimonial não há uma base de conjugalidade, esquece-se a fidelidade imediatamente, porque ‘eu não me importo contigo, me importo comigo’. ‘O mais importante dos dois sou eu’”, exemplificou o padre. “A perfeição da vida matrimonial está centrada na conjugalidade”, reforçou.
A evangelização e abordagem da Igreja em relação à sexualidade também foi abordada pelo palestrante. “Ainda não alcançamos essa evangelização da sexualidade porque confundimos sexo, sexuado e sexualidade. Os casais têm que descobrir a beleza e a riqueza de uma vida relacional”, apontou. Padre Rafael Solano também alertou, ao falar sobre a fertilidade, que a maternidade e a paternidade, que devem ser alargadas.
“A fertilidade é um dom e deve ser visto em relação à vivencia do casal. O método Billings torna-se um espaço de santificação para a sexualidade até hoje. Se o casal tem impedimentos biológicos, pode exercer a paternidade e a maternidade por meio da adoção, do serviço à comunidade, da missão ad gentes”, disse.
O doutor em Teologia Moral ressaltou que a Pastoral Familiar não pode sair da dinâmica de escuta das famílias. “O elemento da fé moral não pode ser separado jamais da vida familiar. A evangelização não acontece a pauladas, mas pela atração. Jesus atrai as pessoas”, afirmou padre Rafael Solano. “A única saída no meio de um mundo corrupto como o nosso é se tornar um novo Cristo”, finalizou.
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Seminário on-line
O webinário será realizado até sexta-feira (7). Nesta quarta-feira (5), às 20h, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família traz o bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre e doutor em Teologia Sistemática, dom Leomar Brustolin, que abordará as questões pastorais. Para acompanhar a palestra, acesse:
A iniciativa integra o Ano Família Amoris Laetitia, que teve início em 19 de março, Dia de São José, e segue até 26 de junho de 2022, dia do X Encontro Mundial das Famílias, em Roma, com o Santo Padre. Os objetivos do Ano Família Amoris Laetitia anunciado pelo Papa Francisco são: difundir o conteúdo da exortação apostólica; anunciar que o sacramento do matrimônio é um dom; fazer da família protagonista da pastoral familiar; sensibilizar os jovens; e, ampliar o olhar e a ação da Pastoral Familiar.
Confira mais informações sobre o Ano Família Amoris laetitia no hotsite: www.vidaefamilia.org.br/al