Neste domingo 28 de julho a Igreja celebra o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos fazendo reverberar a mensagem do Papa Francisco para este dia inspirada no texto do Salmo 71, 9: “Na velhice não me abandones”. Neste ano dedicado a Oração este salmo nos faz compreender como a prece e súplica alimentam a esperança e a vontade de viver, dando-nos a fortaleza necessária para resistir os embates do envelhecimento, a amargura da solidão e não raro a cultura do descarte e do esquecimento dos idosos.
O ancião orante inicia sua prece do salmo 71 declarando a confiança no Senhor e nas suas maravilhas, já no versículo 9 em diante, se torna súplica que expressa um coração oprimido pelas pessoas que debocham dele afirmando que Deus o abandonou, finalmente na terceira parte o ancião confirma sua esperança na fidelidade e na presença do Deus da Aliança que nunca desiste de nós e nos deixa sem atender ou responder nossas angustias e sofrimentos.
Através deste testemunho bíblico podemos reconhecer a importância espiritual dos avós e idosos na transmissão e vivência da fé, como guardiões e depositários da Aliança de Salvação, dos valores e atitudes para a formação das gerações e edificação da Igreja. Assim compreendemos a riqueza e seu contributo indispensável nas famílias, e no tecido social que se ressente de um individualismo que erosiona e esboroa tudo, levando as pessoas ao relativismo e a desagregação social e cultural.
Neles se espelha a sabedoria profunda que vem de dentro, de corações e almas confiantes no Deus que se revela, liberta e restaura plenamente a pessoa humana. Sua profecia serena e tranquila nos faz redescobrir o valor do tempo, da paciência e da comunhão das gerações, fazendo acontecer como dizia Koffi Amann uma sociedade de todas e para todas as idades.
Nunca os deixemos na solidão e no desamparo, pelo contrário acreditando no ensino do Gênesis 2,18: “Não é bom que o homem esteja só”; celebremos nossa amizade e ternura filial para com nossos queridos avós não só valorizando-os, mas agradecendo tudo que nos passaram e testemunharam tornando-nos mais humanos e cristãos. Deus seja louvado!
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)