A 11ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida contra o Aborto reuniu, na tarde desta terça-feira, 19/06, em Brasília, cerca de 10 mil pessoas, entre elas, representantes de grupos, movimentos e entidades civis e religiosas como Comissão de Bioética, os Promotores da Vida, Pastoral Familiar, Santos Inocentes, Equipe de Métodos Naturais e a Federação Espírita Brasileira (FEB), além de seminaristas e sacerdotes.
Com balões brancos, bandeirinhas, faixas e cartazes com frases e mensagem em favor da vida e repetindo a citação: “vida sim, aborto não”, os participantes saíram de frente ao Museu da República, localizada no Eixo Monumental, por volta das 15h, e seguiram rumo ao Congresso Nacional, guiados por vários trios elétricos.
Para acessar a galeria de fotos da 11ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida acesse o Facebook da Pastoral Familiar
Ao chegar a frente à Catedral, os cristãos, que participaram da Santa Missa, na Catedral Metropolitana de Brasília, às 14h, uniram-se à Marcha.
Essa foi a primeira vez que a Arquidiocese de Brasília celebra a Santa Missa em preparação à Marcha.
A Celebração foi presidida pelo padre João Baptista Mezzalira, coordenador da Comissão de Bioética da Arquidiocese de Brasília.
Em sua homilia, o padre João ressaltou a ligação da leitura do dia com o grande evento que aconteceria a pouco.
“É muito bonito ver como Deus providenciou uma liturgia da Palavra que mostra de modo especial a primeira leitura, a história de um inocente que é injustamente assassinado pela maldade de um rei e sua mulher”, disse o padre que referia-se a história do Rei Acabe e da esposa, Jezabel, narrada no Primeiro Livro de Reis, versículo 21 (1 Reis 21:1).
De acordo com o escrito bíblico, Nabote possuía uma vinha vizinha ao Palácio de Acabe. Então, o rei pediu a Nabote que lhe cedesse a vinha para servir de horta e depois lhe daria uma vinha melhor, e Nabote não aceitou a proposta, pois aquilo era herança de família. Para se vingar, Jezabel armou para que Nabote fosse injustamente acusado de blasfêmia contra Deus e contra o rei. Como pena, Nabote foi apedrejado e morto. E Acabe tomou posse da Vinha de Nabote.
“Deus mandou um profeta, Elias, com a missão de se aproximar de Acabe para denunciar o crime que acabara de ser cometido. Elias foi até a vinha conversar com Acabe e o chamou seriamente para a conversão. E o impressionante é que Acabe o escutou e se sentiu constrangido por aquilo que foi incitado, pela esposa Jezabel, a fazer e reconhece a iniquidade que ele praticou e se arrepende. A história não tem final feliz, porque pecado sempre tem consequência e na vida desses reis acontecem muitos problemas. Digo isso porque nos reunimos aqui hoje com uma missão, como foi a do profeta Elias, que denunciou o crime contra um inocente, de sermos a voz que lembrará a sociedade que a vida já existe desde a sua concepção até a morte natural; que a vida é um dom inviolável, por isso não podemos ser coniventes e não podemos encontrar no aborto a solução para qualquer que seja o problema”, destacou padre João.
Presente no ato, o padre Jorge Alves Filho, Assessor Nacional da Comissão Familiar, Família e Vida da CNBB, relatou a importância da marcha e, principalmente, a importância dos cristãos se manifestarem a favor da vida.
“Parece que a cultura da morte tem vencido no Brasil, mas é muito importante que a Igreja demonstre que a cultura da vida vence. O próprio Jesus Cristo, filho de Deus, quando veio ao mundo disse: ‘Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em plenitude’. Por isso uma marcha dentro de Brasília, onde está o poder público, é importante porque mostramos como cristãos, queremos defender a vida, que é o dom mais precioso de Deus e esse dom precisa ser defendido, não só pela Igreja, mas por todos. Mas a Igreja, colocando-se a serviço de Deus, nesta missão de defesa da vida, desde a sua concepção até o fim natural. Todos têm que entender que agora e sempre é a hora da vida”, enfatizou o padre Jorge.
Apesar do sol forte, pessoas de todos os lugares de Brasília vieram manifestar a contrariedade à interrupção da vida ainda no ventre materno, como foi o caso de dona Maria Moura Ferreira, moradora da cidade do Núcleo Bandeirante, e membro da paróquia São João Bosco.
“Eu vim porque acredito na vida. E estamos em um período de luta, que se a gente não lutar, não teremos vitória. E todos cristãos têm que se reunir para lutar e defender essa causa. Eu estou aqui com a costela quebrada, mas eu tive a oportunidade e achei muito importante estar aqui hoje, e eu vim. Rezei muito pela vida e também para que os nossos políticos sejam tocados por Deus e olhem com mais carinho para esta causa”, disse a mulher que participou pela primeira da Marcha pela Vida.
Já Daniele Cristina Goes, moradora de Samambaia, trouxe a filha Rebeca, de apenas 4meses, para a mobilização em defesa da vida.
“Meu maior sonho era ser mãe, mas demorei muito para engravidar. Na verdade, segundo os médicos, eu não poderia engravidar. Mas entreguei o meu sonho nas mãos de Deus e de Nossa Senhora, e hoje eu tenho esse presente lindo. A vida é muito preciosa, valiosa para a gente jogar fora. Enquanto eu tentava esperançosamente alcançar essa vitória, outras mães abortavam. Como cristãos, temos o dever de defender a herança que Deus no deixou, a vida humana. Quem passa por uma situação como eu passei, com certeza, aprende mais ainda a respeitar a vida”, disse a mulher.
A Marcha seguiu e parou em frente ao Congresso, na intenção de chamar atenção e pressionar os deputados para a aprovação do Projeto de Lei nº 478/2007, mais conhecido como Estatuto do Nascituro, que tem por objetivo defender os direitos da criança por nascer e a dignidade da gestante.
Em tramitação desde 2007, este projeto foi aprovado (como substitutivo) nas comissões de Seguridade Social e Família (CSSF) e Finanças e Tributação (CFT), as duas na Câmara dos Deputados.
No momento, o projeto se encontra na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJC), aguardando o parecer do Relator na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CMULHER). Se aprovado, o PL segue para o plenário da Câmara e, posteriormente, para o Senado Federal.
A edição deste ano pede também a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC): 29/2015, conhecida como PEC da Vida, que altera a Constituição Federal para acrescentar no artigo 5º da Constituição Brasileira a expressão “desde a concepção” ao termo “inviolabilidade do direito à vida”. Ou seja, o artigo estabelece a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção; deixando claro que a vida inicia a partir da concepção e não do nascimento.
Atualmente, a PEC 29/2015 encontra-se no Senado, pronta para ser incluída na pauta de votações da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Quer mais informações sobre o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil Sem Aborto, então acesse o site da organização: www.brasilsemaborto.org.
Os interessados em registrar o seu apoio a PL 478/2007, pode acessar o site da Câmara Legislativa, já para manifestar sobre a PEC 29/2015, acesse o Portal e-cidadania, do Senado Federal, ou clicando aqui.
Com informação de Arquidiocese de Brasília