Somos chamados a refletir sobre a nossa responsabilidade com relação às crianças e o protagonismo delas no mundo de hoje, iluminados pela fé. Além disso, há as consequências para nossas vidas, pois Jesus afirma que para entrar no Reino de Deus é preciso “tornar-se como crianças”. E o que significa para nós esta afirmação de Jesus? Desde o nascimento, as crianças nos ensinam a simplicidade, a confiança, a abertura que nos ajudam a amadurecer. São muitas as discussões sobre a influência do meio e as tendências com que nascemos, mas, sem dúvida, o início da vida faz com que o futuro seja olhado com esperança.
Precisamos aprender a ver o mundo com olhos de uma criança livre e que vislumbra as pequenas coisas da vida como uma borboleta, que voa livre e contempla a beleza da natureza e que, através de contos, poemas e poesias, desperta para a realidade.
Nesse dia, é muito importante refletir que o direito das crianças é justamente de “ser criança” e que a família, os pais, a sociedade devem cuidar para que nossas crianças cresçam em ambiente sadio e fraterno. Seja isso nas famílias, seja na utilização dos meios de comunicação, seja na escola ou na sociedade. Eis o desafio de nosso tempo! E isso começa desde o momento do direito a nascer e a ter uma família. Para nós, é imprescindível ajudá-las a viver com alegria a fé em Cristo, que as acolhe e conduz. Elas têm direito a acolher e aprender quem é Deus e deixar-se conduzir por Deus-Amor. Este é outro problema do mundo de hoje, que necessitamos afirmar nestes tempos de mudança de época.
Também temos muitas situações tristes: o Santo Padre Francisco nos disse: “Hoje, há crianças que não têm o que comer no mundo. Crianças que morrem de fome, de desnutrição; basta ver fotografias de alguns lugares do mundo. Há doentes que não têm acesso a tratamento. Há homens e mulheres que são mendigos de rua e morrem de frio no inverno. Há crianças que não têm educação. Infelizmente nada disso é notícia. Mas quando as bolsas de algumas capitais caem três ou quatro pontos, isso é tratado como uma grande catástrofe. Compreende? Esse é o drama desse humanismo desumano que estamos vivendo. Por isso, é preciso recuperar os extremos, crianças e jovens. E não cair numa globalização da indiferença em relação a esses dois extremos, que são o futuro da população”.
Portanto, se queremos e desejamos um mundo justo, fraterno e de paz necessitamos urgentemente acolher as palavras de Jesus: é preciso “tornar-se como crianças”. Paz, felicidades e bênçãos a todos, particularmente às crianças, lembrando o que Jesus nos ensina para viver no cotidiano: “Deixai vir a mim as criancinhas; não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus” (Lc18,16).