Quem recebe o dom da vida, que o honre com amor e coragem, como o fez a Mãe de Jesus, não importando as circunstâncias. A reflexão é do bispo de Apucarana (PR), dom Carlos José de Oliveira, em artigo deste mês de outubro, quando a Igreja celebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12.
No texto, o bispo recorda a Semana Nacional da Vida, na qual “somos chamados a repensar sobre seu valor, sua dignidade, desde seu início até seu final”. Ele também apresenta questionamentos, com um convite a vigiar para que a vida nascente tenha os direitos garantidos.
“Verdadeiramente, cremos que a vida não nos pertence de fato? Cremos que pertencemos a Deus? Cremos que Dele viemos e para Ele devemos voltar um dia? Ou será que, com tantas opções de credos, doutrinas, ideologias, promessas de sucesso fácil e vida plena aqui na terra, estamos tirando de nós essa pertença Divina, essa dignidade de filhos de Deus, fugindo dessa realidade de que vida é passageira, de que não nascemos para viver aqui, esquecendo de que nosso destino é a eternidade feliz, junto ao Pai?“
Dom Carlos José de Oliveira
Voltando a Maria, dom Carlos recordou a liberdade com que Nossa Senhora escolheu receber o plano divino para gerar Jesus Cristo, entregando-se de corpo, alma e coração à vontade do Pai.
“A Virgem Santíssima valorizou a vida, pois sabia do valor insondável de cada criatura criada por Deus. A vida é gerada para Deus e a ninguém é dado o direito de abortá-la ou abandoná-la, a fecundidade é um dom que muitos não têm e desejam, portanto, quem recebe esse dom, que o honre com amor e coragem, como o fez a Mãe de Jesus, não importando as circunstâncias“.
disse dom Carlos
Na grande celebração da Padroeira e Rainha do Brasil, ressalta, “vemos como os sinais de Deus são abundantes e se atualizam para que nossa fé seja restaurada e edificada”. A pequena imagem de Nossa Senhora, pescada em águas brasileiras num tempo de sofrimento e angústia, “renovou a esperança do povo sofrido e amargurado”.
O encontro da imagem, segundo o bispo, providenciou “uma fecunda pesca que saciou a fome e restaurou a fé de tantos que já se encontravam desanimados e aflitos”.
“As festividades de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, cuja devoção abrange todos os recantos de nosso país, faz-nos pensar na unidade necessária entre nós, os ramos e a Videira, que é Cristo. Assim como as duas partes da imagem da Mãe Aparecida fundiram-se numa só e alcançaram inúmeros milagres, nós, ramos unidos à Videira, alcançaremos, pelos méritos de Cristo, Cabeça da Igreja, a fecundidade da vida gerada por Deus, até os tempos infinitos”
Foto de capa: Tómaz Alves/CNPF