A Igreja Católica celebra, nesta quinta-feira (4), pela primeira vez, o dia da primeira beata noiva. É a italiana Sandra Sabattini, que morreu aos 22 anos em um acidente de carro. Sandra foi estudante de medicina e dedicou sua breve vida a ajudar as pessoas com deficiência física e dependentes químicos.
Sandra nasceu em 19 de agosto de 1961, em Riccione, e viveu seus primeiros anos no município de Misano Adriático, na província de Rimini. Aos quatro anos, ela e sua família se mudaram para a casa paroquial da paróquia de San Girolamo, onde seu tio, padre Giuseppe Bonini, irmão de sua mãe, era o pároco.
Sandra começou a escrever um diário pessoal em 24 de janeiro de 1972. Três anos depois, conheceu o padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, que se dedicava aos “últimos” da sociedade.
Aos 16 anos escreveu: “Senhor, tu me deste um grande presente, o de querer dar a minha vida aos mais pobres. Agradeço por isso, porque, embora eu ainda não o tenha explorado, depositaste em mim este grande presente. Espero poder fazê-lo frutificar e espero poder entender como”.
Quando uma pessoa pobre batia na porta de sua casa, se ela considerasse que sua família não lhe havia dado o suficiente, ela corria atrás da pessoa para completar a doação com suas economias.
Aos 20 anos, no meio do feriado do carnaval, conheceu Guido Rossi, que logo se tornaria seu noivo. A amizade e o amor compartilhado por Cristo encheram suas mentes de sonhos: planejavam se casar, formar uma família e embarcar em missões médicas na África.
Em 1982, trabalhou como voluntária em uma comunidade terapêutica para dependentes químicos.
Depois de terminar o ensino médio, Sandra ficou na dúvida entre ir imediatamente para a África ou fazer medicina, mas finalmente se matriculou na Universidade de Bolonha, onde tinha notas muito boas.
No dia 29 de abril de 1984, a caminho de um encontro da Comunidade Papa João XXIII, Sandra foi atropelada por um carro. Ela ficou em coma por três dias e morreu no dia 2 de maio.
Na última página de seu diário, dois dias antes do acidente, Sandra escreveu: “Esta vida não é minha. Esta vida, que vai evoluindo por um sopro que não é meu, passa num caminho sereno que não é meu”.