Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Como Igreja, comunidade de fé, povo de Deus a caminho da casa do Pai, iniciamos as celebrações do Mês Missionário, participando ativamente da Semana Nacional da Vida, que é promovida pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família.
O tema escolhido para este ano é “Família Santuário da Vida”. Tendo presente a realidade do núcleo social familiar que nos acolhe para a vida e a sua missão de cuidar, zelar, proteger e defender a vida como dom de Deus, a partir da família, com todas as suas realidades.
Lembrando o nosso saudoso Papa, e hoje santo, João Paulo II, a Comissão Episcopal encarregada de promover a Semana Nacional da Vida, buscou indicações contidas na encíclica Evangelium Vitae, publicada em 1995, que trata do valor e da inviolabilidade da vida humana, que por um lado é protegida por tantos avanços técnicos e científicos, mas por outro, é colocada em risco constante pela cultura do descarte, do florescer de um egoísmo relativista, que leva à indiferença em relação aos valores da família, à dignidade e ao direito à vida dos mais fragilizados e indefesos.
Não levamos muitas vezes em consideração, como sociedade, que quanto mais a família estiver fragilizada, mais a vida estará ameaçada desde a concepção. Na encíclica Evangelium Vitae, o Papa São João Paulo II menciona o Apocalipse de São João: “Não mais haverá morte” (Ap 21,4); e nos recorda o esplendor da ressurreição, tendo presente a participação de Maria no projeto salvífico de Deus para a humanidade. Na realidade do povo de Deus, comprometido pela fé com a vida, “Maria é uma mensagem de viva consolação para a Igreja na sua luta contra a morte. Ao mostrar-nos o seu Filho, assegura-nos que n’Ele as forças da morte já foram vencidas: ‘Morte e vida combateram, mas o Príncipe da vida reina vivo após a morte’”.
O Cordeiro imolado vive com os sinais da paixão, no esplendor da ressurreição. Só Ele domina todos os acontecimentos da história: abre os seus «selos» (cf. Ap 5,1-10) e consolida, no tempo e para além dele, o poder da vida sobre a morte. Na «nova Jerusalém», ou seja, no mundo novo para o qual tende a história dos homens, «não mais haverá morte, nem pranto, nem gritos, nem dor, por que as primeiras coisas passaram» (Ap 21,4).
Como povo peregrino, povo da vida e pela vida, enquanto caminhamos confiantes para «um novo céu e uma nova terra» (Ap 21,1), voltamos o olhar para Aquela que é para nós «sinal de esperança segura e consolação».