“É pela família que nós podemos garantir os verdadeiros direitos humanos”, afirmou dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ao comentar a mensagem que o Papa Francisco tuitou nesta terça-feira, 10 de dezembro, por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos.
A mensagem do Papa fala da sacralidade e da inviolabilidade do ser humano em “qualquer situação e em cada fase do seu desenvolvimento”. Sem esta convicção não há fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos Direitos Humanos, afirmou Francisco.
“Diante de tantos chavões, polarizações e controvérsias sobre os direitos humanos em nossos dias, o Papa Francisco hoje nos ajuda a focar no que é essencial: a vida humana é inviolável e sagrada. E essa inviolabilidade e sacralidade tem que ser respeitada desde a concepção até o fim natural. Se não compreendermos esse fundamento do sentido e da existência de todo ser humano, nenhum direito humano subsistirá”
Dom Ricardo Hoepers
O presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB destacou o papel da Igreja de salvaguardar os direitos humanos: “A Igreja Católica, como mãe, como especialista em humanidades, é a portadora desta mensagem de modo completo e sublime. Temos esta responsabilidade social de defender a vida em todas as fases”. E continuou: “E por isso a Família para nós é o maior patrimônio da humanidade. É pela família que nós podemos garantir os verdadeiros direitos humanos”.
A fé dá a certeza de que tudo foi criado, amado e desejado por Deus, reflete dom Ricardo. E é por esta fé que “temos esse compromisso de ajudar a humanidade a reencontrar o seu caminho de felicidade, não baseado somente em ideias pessoais, em projetos políticos ou em ideologias, mas, acima de tudo, baseado no compromisso na defesa do ser humano em toda a sua integridade”.
Neste Dia Internacional dos Direitos Humanos, as comunidades eclesiais são chamadas a testemunhar profundo respeito por todo ser humano e ser “casas de acolhida, de amor e de caridade, principalmente aos mais vulnerabilizados”, como destaca dom Ricardo: “Como Igreja, sejamos os primeiros a abrir as portas àqueles que perderam seus direitos e possamos mostrar que a vida vale a pena e que precisamos acreditar no ser humano”.
Esta atitude de crer no ser humano está também relacionada ao mistério do Natal. Dom Ricardo explica que o primeiro que acreditou no ser humano foi o próprio Deus, “que quis se encarnar homem, plenamente homem nosso meio, Emanuel, Deus conosco. Este é o sentido do Natal”.