O bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, participou, nesta quarta-feira (8), Dia do Nascituro, do sexto dia da Novena Solene em preparação à Festa da Padroeira, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O tema refletido foi “Com Maria, cuidar da vida humana, dom sagrado de Deus”. Na ocasião, ele destacou a importância de todos serem defensores da vida.
“Nesse dia do nascituro quando lembramos a vida no ventre materno é tão pequena, tão frágil, tão preciosa. A Igreja quer dizer sim ao Evangelho da vida e sempre dirá não ao aborto. A vida é dom de Deus e também um direito fundamental de todos nós, por isso queremos sair daqui com esse propósito de ser pró vida desde a fecundação até o fim natural”, disse.
Ele ainda citou palavras do Papa Leão XIV em que ele reforça que não basta ser contra o aborto se você apoia ações que ferem a vida em qualquer uma de suas etapas, como a pena de morte e negar ajuda aos pobres e imigrantes. “É preciso amar a vida inteira, em todas as suas formas”, destacou.
Durante a homilia, Dom Ricardo também recordou que Deus cuida de cada um de nós e seu maior cuidado foi nos dar o dom da vida. “A vida é um dom sagrado, o próprio autor da vida quis ser cuidado no seio da Virgem Maria”, apontou. Em seguida, destacou três dons que derivam desse cuidado amoroso de Deus: maternidade, filialidade e fraternidade.
Maternidade
Ao falar sobre o primeiro dom de maternidade e paternidade, o bispo citou a entrada das mães antes da entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida na noite desta quarta-feira, no Altar Central da Casa da Mãe.
“Como não se emocionar com aquelas mães adentrando aqui trazidas pelas mãos de Nossa Senhora, com seus filhos, com as lembranças de seus filhos. Pois bem, nós devemos acreditar nesta abertura para a vida, abertura de geração em geração, o dom que Deus nos dá de ser pai e de ser mãe é um dom sagrado, não devemos deixar de lado.”
Dom Ricardo Hoepers apresentou dados sobre a taxa de fecundidade no Brasil, alegando que o número chegou ao menor patamar dos últimos anos e exortou: “Hoje, aqui nesse Santuário, nós queremos falar do coração da mãe de Jesus ao coração dos jovens casais, das novas famílias: não tenham medo de ter filhos. Não tenham medo de abrir-se para a vida. Não há nada tão sublime do que gerar uma nova vida, fruto do amor de Deus compartilhado no amor do esposo e da esposa.”
Ele ainda destacou que muitas famílias adiam os planos de ter filhos ou até mesmo o substituem, colocando outros pontos como prioridade. “A Mãe Aparecida faz hoje um grande apelo ao coração das famílias: Pais e mães não substituam os filhos por nada, não substituam os filhos pelo dinheiro, não substituam os filhos pelo conforto, não substituam os filhos por pets, nada disso vai suprir a vocação de amar, gerar e cuidar daqueles filhos que Deus confiar a vocês.”
O bispo ainda falou sobre a beleza da maternidade, do dom sublime de gerar uma vida, enfatizando que “Deus sopra a alma de cada ser humano no instante da concepção”. “O ventre da mulher é o primeiro santuário da vida e o espaço que o criador toca o mundo com seu amor. Na amamentação, Deus confiou a graça de nutrir e fortalecer a vida nascente. Assim, Deus uniu a natureza feminina com o dom da ternura, da doação, do cuidado, enfim, o dom mais precioso que nós temos, que é a vida. Deus quis confiar ao cuidado das mulheres.”
Filialidade
O secretário-geral da CNBB refletiu sobre sermos filhos amados de Nossa Senhora e reconhecermos sua grandeza, assim como Jesus fez. “Em Maria, todos nós somos acolhidos, nutridos, cuidados, pois no seu sim generoso, fomos gerados com Cristo para uma nova vida. Obrigado, Senhor, porque no amor da Mãe Aparecida nós continuamos a sentir esse carinho, esse cuidado, essa presença de Deus na nossa vida”.
Fraternidade
Ao refletir sobre a fraternidade, o bispo destacou que somos todos irmãos, é nosso dever cuidar do outro, nos preocuparmos com o outro. Assim, destacou que muitas mães se santificam em Cristo. Dom Ricardo citou exemplos de grandes santas que se doaram pela vida de seus filhos, e lembrou das mães que não são conhecidas por todo o mundo, das mães do nosso dia a dia. Aquelas que enfrentam desafios, que cuidam sozinhas de seus filhos, que dão atenção redobrada para aqueles que possuem algum problema de saúde ou deficiência, das mães que têm seus filhos presos em vícios.
“Muitas provavelmente estão aqui, estão nos acompanhando, encontram em Nossa Senhora o consolo, a força que vem de Deus, pois ele nos deu sua Mãe.”
*Com informações da CNBB/ Foto: Thiago Leon