Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – Senso 2022), 171 milhões de pessoas vivem em casas. Isso representa 84,8% da população brasileira.
São quase 60 milhões de casas no Brasil, a maioria delas simples e modestas, assim como a “casa de Nazaré” onde residiam José, Maria e o menino Jesus.
Nos evangelhos encontramos poucos textos que se referem a esta etapa na vida de Jesus, porém a Tradição e nosso imaginário nos remetem a uma vida simples e muito laboriosa, mas repleta certamente de amor e carinho.
O cotidiano da Família de Nazaré
Nas cenas de nosso cotidiano, imaginamos o cotidiano da Família Sagrada, como exemplo, destacamos uma peraltice de Jesus em sua infância, e nos perguntamos qual a atitude de José enquanto pai e Maria, sua mãe? A peraltice está contida em Lucas, capítulo 2º, versículo 46 e seguintes, quando encontram Jesus entre os doutores da Lei, no Templo, após tê-lo procurado por três dias.
Essas passagens nos levam a ter a imagem de uma família que é “Sagrada”, pois tem Jesus em seu meio, porém tem seus desafios e dificuldades, assim como as nossas famílias as têm.
Percebemos que também nós podemos convidar Jesus para morar em nossa casa, deixando-a “sagrada”, porém nossos desafios e dificuldades continuarão a coabitar conosco, mas quando Jesus está entre nós elas ganham novos contornos, pois sua presença entre nós alivia os fardos (Cf. Mt 11, 30).
Maria missionária, intercessora e portadora de esperança
Gostamos muito da imagem de são José cuidando do menino enquanto Maria descansa, logo após seu nascimento, portanto, podemos aprender de José esse carinho e cuidado para com sua família, cuidado esse que também teve quando precisou sair às pressas ao Egito para refugiar-se da tirania do Rei Herodes.
De Maria, destacamos três momentos e mensagens, a primeira quando, após a anunciação (Lc 1, 26-38) vai, apressadamente, à região montanhosa, cuidar de sua prima, também gestante (Lc 1, 39-45). Aí temos a imagem e lição que podemos tomar para nossas famílias, Maria, missionária, que vai ao encontro de quem precisa, também nós podemos, ao exemplo de Maria, nos tornar missionários, às vezes dentro de nossas próprias casas.
Outro momento, encontramos nas núpcias de Caná (Jo 2, 1-12), quando Maria intercede por uma família sem vinho para festa de casamento. Nossas famílias são convidadas a serem intercessoras por si e por outras famílias também.
E, por último, segundo a Tradição, após a ascensão de Jesus, temos Maria que vive seus dias com João na espera do reencontro com o seu Senhor, nos dando um belo testemunho de esperança.
Que nossas famílias possam aprender essa virtude e serem portadoras da esperança num mundo que vive tão carente dela.
Portanto, da Sagrada Família, podemos aprender que o sagrado, o profundo, o miraculoso da vida se apresenta na simplicidade, na pureza dos pequenos atos, na pequenez de uma criança que, mesmo sendo Deus, se faz um de nós e passa por todas as nossas provações, mas não se esquece de quem é. Que nós, também, não nos esqueçamos de quem somos, enquanto famílias no Projeto de Deus.
Alisson e Solange Schila, casal coordenador nacional da Pastoral Familiar, para o Universo Paulinas