O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, presidiu a missa das 18h, neste sábado, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, durante a 1ª Romaria Nacional da Família e da Vida. Em sua homilia, o bispo – que é referencial da Pastoral Familiar no Brasil – convidou a superar o egoísmo, que impede promover, defender e cuidar da vida, e sermos sal e luz do mundo.
No início da homilia, dom Ricardo acolheu a todos os que foram a Aparecida para a Romaria da Família e da Vida, lembrando serem esses dois pontos, a família e a vida, “fundamentais que precisamos defender, promover e cuidar”.
Ele lamentou que a vida esteja “esquecida, excluída e muitas vezes abandonada”. E isso acontece quando falta o amor.
“E isso que as palavras da Sagrada Escritura vêm nos mostrar: que devemos ser luz, ser sal, que as nossas obras valem para que Deus possa vir no meio de nós e garantir o seu Reino”, disse dom Ricardo, recordando as leituras deste 5º Domingo do Tempo Comum.
Dom Ricardo destacou que é dever dos cristãos ajudar na construção do Reino de Deus, com atitudes como as apontadas pelo profeta Isaias: “Acolher os pobres e peregrinos, cobrir quem está nu, não desprezar ninguém”. Então, Deus fará nascer nas trevas a tua luz e a vida obscura será como o meio-dia.
Superar o egoísmo
O problema, porém, é o egoísmo, segundo dom Ricardo. “O ego inflado, grande, poderoso, achamos que podemos escravizar as pessoas, instrumentalizar as pessoas, podemos tomar o outro um objeto, inclusive monetizar o outro. Essa é a treva, essa é a vida obscura, a consequência de quem não sabe entender o amor, que é o contrário, sai de si, tem gestos de carinho, tem gestos de perdão, é luz”.
Segundo dom Ricardo, quem não consegue entender que no amor é que a nossa vida se torna um meio-dia, vivencia situações em que a vida fica de lado e a cultura da morte prevalece.
Ele convidou a pensar na família, se cada um tem dado o cuidado necessário para as pessoas que ama, se o ambiente familiar é um lugar de luz ou está se tornando um lugar de egoísmo.
A vida obscura leva a mentir, exortou dom Ricardo. Também são exemplo de vida obscura quando a dignidade da vida humana é colocada de lado, com o aborto e a eutanásia, exemplificou.
Ser luz
Recordando o Salmo e o Evangelho, dom Ricardo falou do convite de Jesus para que os cristãos sejam sal da terra e luz do mundo. “Ele está convidando para participar da sua luz”, disse o bispo.
Isso é possível por participar da luz de Deus, de ser filho de Deus, segundo o bispo, que exortou os fiéis a serem de verdade, não serem dissimulados, amar os filhos de verdade, os ouvir.
A luz “é acreditar no humano com a graça divina”, refletiu dom Ricardo. “Se olharmos para a graça de Deus, ninguém será abandonado. Porque só entenderemos a graça quando nós nos deixarmos conduzir pelas obras que Deus vai operar em nossas vidas”.
Essa obra para a luz de Deus brilhar em todos começa nas casas, nas famílias, “com os meus filhos, com os meus avos, com os meus tios, com aquelas pessoas que Deus confiou para mim, com meus filhos adotivos”. É ali, continuou “a fonte que vai nos permitir levar o Reino de Deus onde está precisando”.
Aos agentes da Pastoral Familiar, membros da Associação dos Médicos Católicos e da Comissão de Bioética da CNBB, representantes dos Regionais que atuam no Serviço à Vida, padres, diáconos e religiosas que atuam como assessores, dom Ricardo motivou a “promover , defender e cuidar da vida, nosso tesouro, começando da nossa casa”.
Ouça a homilia na íntegra:
Imagens: reprodução/Portal A12