O Papa Francisco recebeu, nesta quarta-feira (30), a Equipe do Projeto Esperança, entre eles o casal Luiz e Kátia Stolf, da Diocese de Joinville (SC), e que estiveram à frente da Coordenação Nacional da Pastoral Familiar até 2023. A iniciativa conduzida pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) há 25 anos acompanha homens e mulheres que perderam um filho, especialmente devido à interrupção da gravidez – em muitos dos casos, abortos induzidos.
Na ocasião, o Santo Padre expressou sua gratidão pelo serviço prestado a pessoas cujo sofrimento é indescritível. “A chegada de cada recém-nascido é muitas vezes sinônimo de uma alegria que nos invade de forma misteriosa e renova a esperança”, disse o Pontífice. “É como se percebêssemos, sem poder explicar, que cada criança é um anúncio do nascimento de Belém”.
Segundo ele, o próprio Deus, nos evangelhos quis nos tornar participantes de uma dor que, sendo a antítese dessa alegria, nos abala profundamente. “Ouve-se uma voz de Ramá, um lamento e um choro amargo: Raquel chora por seus filhos, recusa-se a ser consolada porque eles não existem mais”, recordou.
O Pontífice lembrou esta passagem, segundo um antigo autor citado por Santo Tomás, falava de um “primeiro gemido” em referência às crianças, “os santos inocentes”, cuja dor cessou com a morte. Enquanto o choro amargo foi interpretado como o lamento das mães que ‘se renova sempre com a memória.
Francisco lembra que o evangelho continua com a fuga para o Egito. “Quase como se dissesse que um mal tão grande afasta Jesus de nós, impede-o de entrar em nossa casa, de encontrar um lugar em nossa hospedaria”, disse. No entanto, não se pode perder a esperança diante dos acontecimentos. “O mal não tem a última palavra, nunca é definitivo. Como o anjo no sonho de São José, Deus nos anuncia que, depois deste deserto, o Senhor voltará a tomar posse de sua casa”, afirmou.
“Para muitas pessoas vocês são como aquele anjo, e eu realmente lhes agradeço por isso”, destacou. “Confiem nas mãos firmes de São José para que estes nossos irmãos e irmãs possam encontrar Jesus na desolação. Com Ele chegarão ao lugar quente e seguro de Nazaré”, concluiu.