O Vaticano divulgou a mensagem do Papa Francisco para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, que neste ano será celebrado no dia 28 de julho, próximo à memória litúrgica de São Joaquim e Sant’Ana. O tema deste ano é “Na velhice, não me abandones” (Sal 71, 9), que volta a refletir sobre a cultura do descarte, a rejeição aos idosos e a solidão.
No texto, o Santo Padre recorda que “Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançando e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7),” destacou.
O papa analisou também a citação dos salmos que é o tema do Dia Mundial dos Avós e Idosos. “Esta sentida invocação ao Senhor: «Não me rejeites no tempo da velhice» (Sal 71, 9). Uma frase forte, crua. Faz pensar no sofrimento extremo de Jesus, quando gritou na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46)”. Assim, encontramos na Bíblia tanto “a certeza da proximidade de Deus” como “o temor do abandono, especialmente na velhice e nos períodos de sofrimento”, disse.
“O contraste entre as gerações é um equívoco, um fruto envenenado da cultura do conflito. Opor os jovens aos idosos é uma manipulação inaceitável: ‘O que está em jogo é a unidade das idades da vida”, afirmou o Pontífice.
Francisco ressalta ainda que o descarte dos idosos acontece quando se perde de vista o valor de cada pessoa, olhando apenas como uma despesa. “O pior é que, muitas vezes, acabam dominados por esta mentalidade os próprios idosos que chegam a considerar-se como um fardo, sendo os primeiros a quererem desaparecer”, apontou.
“Diante de um «não me abandones», é possível responder «não te abandonarei!», cuidando “de um idoso ou simplesmente demonstrando diariamente solidariedade a parentes ou conhecidos que não têm mais ninguém”, comentou.
Por fim, o Papa encorajou os fiéis de todo mundo a demonstrarem o carinho por seus idosos. “Neste IV Dia Mundial a eles dedicado, não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer «não te abandonarei!» e de seguir um caminho diferente”, sugeriu o Santo Padre.
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