O médico especializado no estudo do envelhecimento e presidente do Centro Internacional de Políticas para o Envelhecimento no Brasil, Alexandre Kalache, é mais um a rebater a decisão de caracterizar a velhice como uma doença. Ele participou, na última semana, de uma live com a Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) e comentou sobre a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de modificar a Classificação Internacional de Doenças, a CID 11, que deve entrar em vigor a partir de janeiro de 2022. Nesta lista, será incluída a velhice, sob o código MG2A.
“A melhor coisa que pode acontecer a um jovem é envelhecer. Envelhecer é bom. Morrer cedo é o que não presta”, destacou o médico. Alexandre Kalache ainda aprovou a semana de eventos voltados para os idosos e para as famílias do Brasil, que culminará na celebração do Dia Mundial dos Avós, no dia 25 de julho. Para ele, toda a família deve estar envolvida e que a mensagem passada aos idosos seja clara.
“Que essa mensagem chegue nessas visitas: vocês não estão doentes, vcs são uma verdade, são valiosos e vamos lutar para que ninguém lhes coloque um rótulo, pois velhice não é doença”, ressaltou.
Kalache disse que ainda há tempo para que a OMS volte atrás na decisão. Para isso, é importante que a sociedade civil e a Igreja continuem se posicionando sobre o assunto. “Essa mensagem poderia, com toda certeza, deixar as pessoas idosas mais para baixo”, ressaltou.