Cento e vinte pessoas participaram da Assembleia Anual do Regional Leste 2 da Pastoral Familiar, realizada de 6 a 8 de setembro, na Arquidiocese de Juiz de Fora. O evento reuniu coordenadores e assessores eclesiásticos de 22 das 32 (arqui)dioceses dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo no Seminário Santo Antônio.
Durante os três dias de encontro, a programação incluiu estudos de formação, partilha de experiências entre as igrejas particulares, celebrações eucarísticas, momentos de oração e informes das coordenações nacional e regional da Pastoral. O tema que regeu as atividades foi “A Família numa Igreja Missionária em saída”.
O Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Secretário Executivo Nacional da Pastoral Familiar, Padre Crispim Guimarães dos Santos, esteve presente durante toda a assembleia e fez uma avaliação positiva do que presenciou.
“Achei que há uma estruturação boa dentro daquilo que nós estamos vivenciando no Brasil. Vejo, ainda, com a perspectiva melhor, os encaminhamentos futuros como forma de resposta aos desafios e às realidades de fronteiras que existem hoje na sociedade e para os quais a pastoral é chamada também a responder dentro daquilo que é possível fazer. Isso me enche de esperança e eu levo daqui boas recordações e boas impressões”.
O sacerdote ainda apontou de que forma as famílias podem ajudar na “Igreja em saída” pedida por Papa Francisco.
“A gente tem que tomar cuidado para inicialmente não pensar que precisa ir para a África, para a Ásia e a Amazônia para ser uma Igreja em saída. Isso pode acontecer se o trabalho da casa for bem feito. Se a gente tiver a consciência de que este ambiente é a primeira Igreja, aberta para receber e também para sair, a casa se torna um centro de evangelização”.
Ele ainda ressaltou as maneiras concretas de a Pastoral Familiar cumprir o desejo do Santo Padre.
“Acompanhando quem vai casar de forma bonita, acolhedora, dando a doutrina, dando o significado do que é o Sacramento do Matrimônio; acompanhando os recém-casados, porque a gente sabe que os primeiros anos são de confronto, de adaptação; depois, indo ao encontro das situações especiais, das pessoas que porventura o casamento não deu certo e entraram em novas uniões, pessoas que têm problemas com familiares com dependências de drogas lícitas e ilícitas, que têm idosos”.
Sobre os desafios da Pastoral Familiar no Brasil, Padre Crispim acrescentou a proteção à vida, tão ameaçada desde o útero à velhice.
“As questões que nos são colocadas hoje neste mundo pós-moderno são muito desafiadoras e para as quais, às vezes, a Pastoral Familiar ainda não descobriu que tem resposta. E tem. O Evangelho é sempre uma resposta. O problema são os métodos e o ardor missionário que a gente deve carregar também no nosso coração e na nossa mente para poder trabalhar tudo isso”, finalizou.
O assessor regional da Pastoral Familiar, Padre Wesley Clay Alves Rodrigues, da Diocese de Campanha (MG), destacou a importante participação das Províncias Eclesiásticas na dinamização do trabalho da pastoral. Além disso, falou do engajamento dos leigos.
“Diante do quadro em que a sociedade e a família vivem hoje, um grande desafio é levar uma consciência cristã a todas as famílias, principalmente no que tange à missão”.
Segundo o vigário episcopal para Vida e Família da Arquidiocese de Juiz de Fora, Padre Laureandro Lima da Silva, as formações ministradas durante a Assembleia Anual Regional estiveram voltadas especialmente para a espiritualidade dos agentes.
“A gente fica muito grato por acolher este encontro e também por perceber o trabalho que está sendo feito em prol da família e da vida. As palestras que foram ministradas se voltaram muito para a questão do agente da Pastoral Familiar. Ele precisa de uma espiritualidade, de uma formação e também é chamado a viver a missão”.
Padre Laureandro ainda falou sobre o lema do evento ter sido inspirado no II Sínodo da Arquidiocese de Juiz de Fora – “Proclamai o Evangelho pelas ruas e sobre os telhados” (Mt 10,27) – e sobre como os agentes da Pastoral Familiar podem ajudar para que o versículo bíblico seja colocado em prática.
“Ser discípulo é assumir a missão, viver o compromisso, viver esse engajamento, essa grande responsabilidade. E a Pastoral Familiar precisa sempre viver essa dinâmica da missão, trabalhar com as famílias, evangelizá-las, ir até elas”, finalizou.
A coordenadora regional da Pastoral Familiar, Sônia Gonçalves de Almeida Rabelo, da Diocese de Divinópolis (MG), disse sair de Juiz de Fora com o coração aliviado e pulsando de alegria e satisfação.
“Muita gratidão à Arquidiocese de Juiz de Fora, que nos acolheu com tanto carinho, alegria e zelo. Foi uma assembleia muito produtiva e se Deus quiser vai resultar em bons frutos na ação evangelizadora das famílias pelo nosso regional”.
Ela também comentou a louvável atuação da Pastoral Familiar no Regional Leste 2 da CNBB e o respeito que o grupo conquistou a nível nacional.
“A gente percebe o entusiasmo dos coordenadores, dos agentes, dos assessores eclesiásticos que estão sempre conosco, caminhando juntos nas dioceses. É um trabalho de evangelização que tem a cada ano crescido mais, se fortalecido com mais entusiasmo, mais alegria e com mais compromisso de levar a Boa-Nova para todas as pessoas, para todas as famílias”.
O arcebispo metropolitano de Juiz de fora, Dom Gil Antônio Moreira, presidiu a Santa Missa de abertura da Assembleia Regional. Durante sua homilia, o pastor saudou os presentes fazendo uma breve reflexão sobre as leituras do dia, destacando principalmente a importância da liturgia na vida dos cristãos.
“A liturgia para Cristo é a relação com Deus. Não apenas na celebração, mas no dia a dia. Por isso, Jesus compara a sua vida a uma vida de casamento. Enquanto o noivo está presente ninguém jejua, pois é uma festa. Ele está se referindo a sua presença. Jesus não estava abolindo o jejum, mas estava dando um sentido novo”.
Dom Gil também lembrou a importância da Santa Missa durante um encontro Cristão.
“Tudo conduz à Eucaristia e tudo emana da Eucaristia. Tudo o que fazemos tem um sentido eucarístico. Não tem sentido reunirmos os cristãos para qualquer atividade se não tivermos Cristo como centro”.
E completou:
“Por isso, em uma reunião como esta, nós sentimos esta alegria. Jesus está com a gente. Ele está presente e renova em nós os nossos pensamentos, estrutura propósitos e a nossa vida. Assim vamos renovando a Igreja para viver por Ele, com Ele e para Ele”.
O arcebispo de Juiz de Fora ainda foi o responsável por ministrar a primeira palestra do evento. O bispo referencial da Comissão para a Vida e Família do Regional Leste 2, Dom Edson Oriolo dos Santos, também esteve presente.
A próxima Assembleia Anual da Pastoral Familiar será realizada na Diocese de Colatina (ES), de 31 de julho a 2 de agosto de 2020. Antes, de 6 a 8 de março, será o Encontro Regional de Formação, na Arquidiocese de Montes Claros (MG). O tema abordado neste será “Juventudes”.
Fonte: Arquidiocese de Juiz de Fora.