O Papa Francisco retomou na quarta-feira (10) o tema da velhice na audiência geral, realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano. Desta vez, o Pontífice destacou sobre a nobreza que há neste período da vida humana e sobre a oportunidade de testemunhar ao mundo sobre a vida eterna.
O Santo Padre iniciou a reflexão lembrando a despedida de Jesus descrita no Evangelho de São João, com palavras de consolação e com uma promessa. O tempo de vida que resta aos discípulos será marcado por fragilidades e desafios, mas também pelas bênçãos oriundas da fé na promessa do Senhor.
Francisco ainda disse que é interessante ver se existe alguma referência específica nas Igrejas locais voltado para os idosos, encorajando os carismas individuais e as qualidades comunitárias destas pessoas.“Uma velhice que é consumida no desânimo das oportunidades perdidas causa desânimo a si próprio e a todos. Ao contrário, a velhice vivida com mansidão, vivida com respeito pela vida real dissolve definitivamente a incompreensão de um poder que deve ser suficiente para si e para o próprio sucesso. Dissolve até a incompreensão de uma Igreja que se adapta à condição do mundo, pensando assim que governa definitivamente a sua perfeição e realização.”, afirmou.
“A nossa vida não se destina a fechar-se em si mesma, numa perfeição terrestre imaginária: está destinada a ir além, através da passagem da morte, porque a morte é uma passagem. Na verdade, o nosso lugar estável, o nosso ponto de chegada não é aqui, é ao lado do Senhor, onde Ele habita para sempre”, completou o Santo Padre.
Por isso, o Papa Francisco alertou sobre o desejo de muitas pessoas de querer juventude eterna, a riqueza ilimitada, poder absoluto. “A nossa existência na terra é o tempo da iniciação à vida: é vida, mas que te leva em frente a uma vida plena, a iniciação daquela vida mais plena, que só encontra realização em Deus. Somos imperfeitos desde o início e continuamos imperfeitos até ao fim. No cumprimento da promessa de Deus, a relação inverte-se: o espaço de Deus, que Jesus nos prepara com todos os cuidados, é superior ao tempo da nossa vida mortal. Eis: a velhice aproxima a esperança desta realização. A velhice conhece definitivamente o significado do tempo e as limitações do lugar em que vivemos a nossa iniciação. A velhice é sábia por isso, os idosos são sábios por isso. Por isso é credível quando nos convida a regozijar-nos com o passar do tempo: não é uma ameaça, é uma promessa. A velhice é nobre, não precisa se maquiar para mostrar a própria nobreza. Talvez a maquiagem venha quando falta a nobreza”, disse.
Ao concluir, o Papa apontou uma missão para os idosos neste momento da vida: “A velhice é a fase da vida mais adequada para difundir a boa notícia de que a vida é uma iniciação para uma realização definitiva. Os velhos são uma promessa, um testemunho de promessa. E o melhor ainda está por vir. O melhor ainda está por vir. É como a mensagem do velho e da velha que acreditam que o melhor ainda está por vir. Deus nos conceda a todos uma velhice capaz disso”, finalizou o Pontífice.