A campanha de vacinação contra o coronavírus já começou no Vaticano. As doses começaram a ser ministradas à população na última quarta-feira (13). Entre os vacinados estão o Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI, que já receberam a primeira dose.
No último domingo (10), o Papa Francisco já havia anunciado que seria vacinado. Ele defendeu o uso do imunizante. “Eu creio que eticamente todos devem tomar a vacina. Não é uma opção, é uma ação ética. Porque está em risco a sua saúde, a sua vida, mas também a vida dos outros”, disse Francisco. A vacinação contra a Covid-19, no Vaticano, continuará pelos próximos dias.
Em meio a questionamentos sobre a eficiência das vacinas, em entrevista a uma tevê italiana, o Pontífice reforçou a necessidade de vacinação da população para acabar com a pandemia de COVID-19. “Se os médicos nos apresentam a vacina como algo bom, sem grandes efeitos negativos, por que não tomar?”, questionou.
O Papa Francisco lembrou da infância, quando as pessoas faziam fila e não viam a hora de se vacinar contra a poliomielite (paralisia infantil). Rejeitar as vacinas “é um negacionismo suicida que eu não sei explicar”, afirmou.
No Brasil
Atualmente, o governo federal avalia a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e a empresa Sinovac – que tem mais de 50% de eficácia constatada. O imunizante da AstraZeneca/Oxford, produzido em parceria com a Fiocruz, em breve deverá ser aplicado na população brasileira. Isso porque as doses fabricadas pelo laboratório indiano Serum estão sendo buscadas naquele país.
A distribuição das vacinas, no entanto, só poderá ocorrer após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dar a autorização em caráter emergencial. Os pedidos estão em análise. Além disso, está previsto para os próximos dias o pedido para uso emergencial da Sputnik V no Brasil. A expectativa é que sejam entregues cerca de 10 milhões de doses ao país até março.
União
Enquanto as vacinas não começam a ser ministradas no Brasil, a Presidência da CNBB pediu união e corresponsabilidade no enfrentamento deste desafio sanitário e social, em nota divulgada na última semana.
“Não podemos nos render à indiferença de alguns, negacionismos de outros ou à tentação de nos aglomerarmos, permitindo que nos contaminemos e nos tornemos instrumentos de contaminação, sofrimento e morte de outras pessoas. Não deixemos que o cansaço e a desinformação nos levem a atitudes irresponsáveis. Sejamos fortes! Permaneçamos firmes!“, destacou a CNBB.
Por sua vez, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família também se posicionou, por meio de mensagem enviada pelo secretário executivo, padre Crispim Guimarães. A nota dizia que mesmo com o cansaço em relação às medidas necessárias para conter a disseminação do vírus, é preciso ter consciência de que a pandemia não acabou.