O ano vai chegando ao fim e a Pastoral Familiar realizou a última reunião de 2021, com a participação da Comissão Nacional e das coordenações regionais de todo o Brasil. De forma virtual, bispos, coordenadores nacionais e regionais e assessores eclesiásticos renderam graças pelo ano de 2021 e trataram das perspectivas para 2022. Os participantes definiram a mudança de local da Assembleia Nacional e retomaram a preparação para o XVI Congresso da Pastoral.
Ação de graças
No ano em que o Brasil perdeu mais de 420 mil pessoas para o novo coronavírus e com os impactos do conjunto de crises intensificados, os bispos membros da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) quiseram agradecer a Deus pelas batalhas vencidas e passos dados.
O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão, dom Ricardo Hoepers, situou a reunião como um “momento de ação de graças pela vida de cada um, pelos nossos casais, pelas nossas famílias, pelas conquistas, por todas as graças e bênçãos que Deus nos colocou durante esse ano”.
O bispo de Bacabal (MA) e conselheiro da CNPF, dom Armando Martín Gutiérrez, ressaltou a oportunidade de estarem juntos para “caminhar, construir e avaliar com criatividade as propostas”.
Dom Bruno Elizeu Versari, bispo de Campo Mourão e também conselheiro da CNPF, disse que, mesmo no contexto atual, foi possível fazer bastante coisa: “Analisando os passos que nós fizemos, diante da dificuldade, a gente tem que reinventar e buscar criatividade para ajudar as pessoas, a pastoral, a Igreja, essa missão junto à família”.
O coordenador nacional, Luiz Stolf, ressaltou as bênçãos com o que foi possível realizar mesmo com as dificuldades e a pandemia: “Tantos trabalhos foram realizados e estamos realizando. Avançamos bastante, mesmo que virtualmente. De forma alguma a Igreja parou ou a Pastoral parou por conta disso”.
Perspectivas
O assessor da Comissão Vida e Família e secretário executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães, apresentou aos participantes do encontro as perspectivas de trabalho da Pastoral Familiar para 2022.
No próximo ano, haverá a atualização e publicação dos Guias da Pastoral Familiar, como o de implantação, o de orientação dos Casos Especiais e de preparação para a vida matrimonial. A ideia, de acordo com padre Crispim, é continuar e renovar, usando as reflexões do Concílio Vaticano II e do Magistério da Igreja dos últimos 15 anos, especialmente da exortação Amoris Laetitia.
Nesse horizonte, há o objetivo de “tornar mais leves as estruturas e focar que família é gente, não é somente casal”. Também auxiliar na criação de comunidades eclesiais missionárias e de vínculos entre os membros da família, além de promover a solidariedade e a fraternidade na vida comunitária.
A CNPF também prepara para o ano que vem a preparação de itinerários para o pós-crisma e para namorados. A formação para noivos, por meio do itinerário vivencial de preparação personalizada para o Matrimônio, será descentralizada com a formação de casais catequistas.
Na perspectiva de formar grupos de famílias nas paróquias, a Pastoral Familiar deve aproveitar a oferta do Hora da Família com encontros mensais, cuja edição de 2022 será lançada na próxima semana.
Padre Crispim também anunciou algumas atividades que serão promovidas pela CNPF no próximo ano. O assessor também falou de eventos nacionais e internacionais, como o Simpósio Nacional das Famílias, que terá como tema “Família e formação do laicato”, e o X Encontro Mundial das Famílias, de 22 a 26 de junho, que contará uma abertura nacional e subsídios para as dioceses celebrarem localmente. A Pastoral Familiar também vai facilitar a divulgação de alguns dos eventos com a participação do Papa Francisco e vai distribuir as vagas para uma pequena delegação que representará o Brasil em Roma.
Outra novidade para 2022 será a oferta dos subsídios Hora da Família Especial e Hora da Vida em uma única publicação. Com os materiais para a Semana Nacional da Família, em agosto, e Semana Nacional da Vida, em outubro, em um único livreto será possível alcançar mais grupos para as celebrações de outubro e ajudar na economia de recursos para aqueles que precisavam fazer dois pedidos durante o ano.
Congresso Nacional
A reunião desta quinta-feira também foi oportunidade para a comissão organizadora do XVI Congresso Nacional da Pastoral Familiar anunciar as novidades na retomada da preparação para o evento, que tem agora novo local. Pensando na necessidade de distanciamento social, o grupo do Regional Sul 4 buscou um local mais amplo e decidiu pela realização no Centro de Evangelização Angelino Rosa, no município Governador Celso Ramos (SC), localizado na região metropolitana de Florianópolis (SC).
O evento será realizado entre os dias 26 e 28 de agosto e as inscrições reabrem no próximo dia 20 pelo site congressopastoralfamiliar.org.br
O coordenador da Pastoral Familiar no Regional Sul 4, Cleuton Gomes, ressaltou que o congresso será o momento “de ação de graças, porque estaremos também celebrando o dom de nossa vida”. Marcando o retorno da presencialidade num evento nacional, “será um grande momento de nos abraçarmos e olhar no olho um do outro, de darmos as mãos, trocar energias”.
Cleuton parafraseou o arcebispo anfitrião, dom Wilson Tadeu Jönck, ao ressaltar que o novo local do evento é uma casa da Igreja, que sempre acolhe os bispos do regional.
Na preparação para o evento, dom Ricardo Hoepers motivou a oração pelo congresso, meditando com uma Ave-Maria diária pelo encontro. No site oficial há um painel com a contagem regressiva para o XVI Congresso Nacional da Pastoral Familiar.
Assembleia da Pastoral Familiar
Diante dos desafios gerados pela pandemia, particularmente os econômicos, foi apresentada a proposta de que a 45ª Assembleia Nacional da Pastoral Familiar ocorra dias antes do Congresso, em Santa Catarina. Assim, os coordenadores regionais evitariam duas viagens num período tão próximo, uma vez que o encontro no qual será realizada a eleição da nova coordenação seria em julho, em Brasília. A ideia foi aprovada e a Secretaria Nacional da Pastoral Familiar vai encaminhar a organização.
Unidos ao Sínodo
A reunião se deu em espírito sinodal, com os ecos da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e na perspectiva para o Sínodo 2021-2023, cujo tema é “Por uma Igreja sinodal: Comunhão, participação e missão”.
Os agentes que participaram da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe recordaram o processo, as motivações e as indicações do Papa Francisco para a retomada das reflexões do Documento de Aparecida. O casal coordenador nacional, Luiz e Káthia Stolf, destacou as reflexões sobre a sinodalidade e o clericalismo, e comentaram a respeito da experiência de debates em grupo que resultaram em 12 desafios propostos. Leia mais aqui.
Káthia salientou que estamos a caminho do Sínodo de 2023 e motivou a participação dos agentes da Pastoral Familiar nas dioceses.
Quem também participou de forma virtual do encontro continental foi o casal Sônia e Binho, que se despedem da coordenação do Regional Leste 2. Eles destacaram a abertura para a expressiva presença dos leigos no evento, que eram 40% do total de delegados. Como pontos de atenção para o trabalho da Pastoral Familiar, sublinharam a acolhida aos jovens, a questão da ministerialidade e espaço para a mulher, a acolhida de grupos e comunidades excluídos e a promover e defesa da dignidade da pessoa humana da concepção até o fim natural.
A reunião também foi oportunidade de acolher os coordenadores do Regional Leste 3 da CNBB, no estado do Espírito Santo, que será instalado no próximo dia 11 de dezembro. Fábio e Joelma agradeceram a acolhida e mostraram disponíveis em aprender e contribuir nesta nova missão nas ações da Pastoral Familiar.
Alguns regionais puderam partilhar ações realizadas durante o ano e reagir às propostas apresentadas.