A partir de outubro deste ano, o Papa Francisco dará início a um caminho sinodal que terá duração de três anos e será dividido em três fases – diocesana, continental e universal. O objetivo é tornar possível uma verdadeira escuta do povo de Deus e, ao mesmo tempo, envolver todos os bispos na iniciativa. Durante este período, serão realizados consultas e discernimentos, que culminará com a assembleia de outubro de 2023, em Roma.
Leigos, sacerdotes, missionários, consagrados, bispos, cardeais poderão participar, cada um em sua diocese, antes mesmo antes de discutir os temas no Vaticano. O itinerário sinodal foi anunciado por meio de um documento da Secretaria do Sínodo no qual são explicadas suas modalidades. “Um processo sinodal integral só será realizado de forma autêntica se as Igrejas particulares estiverem envolvidas nele”, diz o texto.
O Cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, destacou que os resultados que podem ser esperados já estão implicitamente indicados no título indicado pelo Papa para a assembleia: Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão. “Durante muito tempo falou-se de comunhão como um elemento constitutivo da Igreja. Hoje parece claro que tal comunhão ou é sinodal ou não é comunhão. Parece um slogan, mas seu significado é preciso: a sinodalidade é a forma de comunhão da Igreja-povo de Deus”, disse.
A abertura do Sínodo vai ocorrer no Vaticano e em cada diocese nos dias 9 e 10 de outubro.
Fase Diocesana
A fase diocesana começará na semana seguinte, no domingo 17 de outubro. “O objetivo desta fase é a consulta do povo de Deus para que o processo sinodal se realize na escuta da totalidade dos batizados”, lê-se no documento. Para facilitar a participação de todos, a Secretaria do Sínodo enviará um texto preparatório, um questionário e um vade-mécum com as propostas para a realização da consulta.
Antes de outubro, cada bispo deverá nomeará um responsável diocesano como ponto de referência e conexão com a Conferência episcopal, que acompanhará a consulta na Igreja particular a cada passo. Por sua vez, a Conferência episcopal nomeará um responsável ou uma equipe como ponto de referência junto aos responsáveis diocesanos e à Secretaria Geral do Sínodo. As contribuições serão enviadas a sua própria Conferência episcopal. Na sequência, caberá aos bispos reunidos em assembleia abrir um período de discernimento para “escutar o que o Espírito suscitou nas Igrejas a eles confiadas” e fazer uma síntese das contribuições que será enviada para a Secretaria do Sínodo.
Uma vez obtido o material, a Secretaria Geral do Sínodo elaborará o primeiro Instrumentum laboris, que servirá de esboço de trabalho para os participantes da assembleia no Vaticano e que será publicado em setembro de 2022 e enviado às Igrejas particulares.
Fase Continental
Esta etapa deve durar até março de 2023. O objetivo é dialogar a nível continental sobre o texto do Instrumentum laboris. A partir das assembleias continentais será elaborado um documento final, a ser enviado em março de 2023 para a Secretaria do Sínodo. Ao mesmo tempo, também se deverão realizar assembleias internacionais de especialistas, que poderão enviar suas contribuições. Por fim, será elaborado um segundo Instrumentum laboris, cuja publicação está prevista para junho de 2023.
Fase universal
Em outubro de 2023 inicia-se a celebração do Sínodo em Roma, de acordo com os procedimentos estabelecidos na Constituição promulgada em 2018 pelo Papa Francisco Episcopalis Communio.