Crianças e adolescentes puderam partilhar sobre amizade durante o 14º Simpósio Nacional das Famílias, neste sábado, 25 de maio. O momento foi conduzido pelo bispo de Barreiras (BA) e membro da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Moacir Arantes, que expressou com alegria: “A Pastoral Familiar tem futuro!”.
Os convidados, filhos de agentes da Pastoral Familiar, partilharam aquilo que entendem por amizade e o que baseia essa relação entre as pessoas.
Amizade e tecnologia
Dom Moacir conduziu os testemunhos como uma roda de conversas e motivava as partilhas dos adolescentes e crianças. Uma das perguntas foi sobre a realidade da tecnologia e o risco de a pessoa estar tão vidrada nas redes sociais e não ter amigos de verdade.
Maria Fernanda Bittencourt, filha do casal Sávio Bittencourt e Bárbara Toledo, disse que as redes sociais são importantes para ter contato com familiares, que podem estar longe. Mas é necessário também “ter hora para desligar o celular e aproveitar os momentos com a família, os amigos, sem ser no celular”.
Vinícius Schila, filho do casal Alisson e Solange Schila, partilhou que fazer amizade nas redes social é muito fácil, porque é um ambiente onde as pessoas só publicam aquilo que é positivo, “você nunca vai mostrar seu lado ruim para uma pessoa, a pessoa vai pensar: ‘Ah, essa pessoa é boa pra mim, ela vai ser uma boa amizade’, mas ela não vai ver seus defeitos também”, ponderou.
Já Matheus, filho do casal Sérgio Carvalho e Márcia Miranda, falou do risco de as crianças se isolarem no celular, uma ferramenta que oferece muito entretenimento e onde “as pessoas pesquisam qualquer coisa e acham, e isso pode trazer muitas coisas boas, mas, na maioria das vezes, muitas coisas ruins”.
Ele comparou também com o momento vivido neste sábado, arrancando aplausos do público: “Nós que estamos aqui, poderíamos estar isolados no celular agora, mas a gente está no simpósio rezando”.
A jovem Bia Vilar, filha do casal Geovaneto e Juliana, ressaltou que é importante o limite das telas para as crianças. E, recordando o tema do evento, “Família e amizade”, disse que também na família não se pode viver isolados, mas “valorizar certos momentos que são especiais nas nossas famílias”, como as refeições, estando à mesa e criando conexões.
Ao contrário das amizades feitas on-line, “fáceis e superficiais”, o “convívio e o diálogo são muito importantes”, acredita. Um exemplo de bom uso da internet vem do beato Carlo Acutis, que será canonizado em breve:
“A internet tem que ser nossa aliada, assim como Carlo Acutis, que utilizou a internet para um bem, então é necessário o equilíbrio”, afirmou.
Maria Clara, irmã de Bia, lamentou quando alguns se isolam no celular e “não valorizam as pessoas que estão do lado”. Seu irmão Gabriel disse que é importante não usar somente para entretenimento, “mas para agregar, para estudar e conhecer novas pessoas”.
Cultivar a amizade
Dom Moacir também perguntou como cultivam a amizade entre os membros da família. As crianças e adolescentes destacaram principalmente a amizade entre irmãos. Ganharam destaque as atitudes de ajuda mútua; a superação das brigas; os passeios em família e as conversas durante as refeições à mesa.
Bia Vilar partilhou, com emoção, um momento que considera muito marcante: quando o pai, Geovaneto Vilar, pega o violão no fim do dia e começa a cantar com toda a família:
“A gente senta ao redor e isso é tão especial, porque a gente consegue manter a nossa conexão com uma coisa tão simples, mas que é o amor da família, não tem amizade melhor que a família”.
Ao final da partilha das crianças e adolescentes, dom Moacir agradeceu a participação deles e disse que eles são encantadores e transmitem o “bom odor de Cristo”. O bispo lembrou-se de uma canção do padre Zezinho: “um jovem custa muito pouco, um pouco de muito amor”.
Para finalizar, Bia motivou todos a expressarem amor com palavras e gestos, lembrando sempre de que a família é base para toda amizade.