Paciência, estratégia, perseverança e coerência. Segundo o casal Sávio e Maria Bárbara Bittencourt, agentes da Pastoral Familiar na Arquidiocese do Rio de Janeiro, estes são os pilares para se catequizar os próprios filhos. Neste sábado (29), eles ministraram uma palestra durante o 11º Simpósio Nacional das Famílias que tem como tema “Família e Catequese”. Membros também das Equipes de Nossa Senhora, eles deram um testemunho pessoal de como educaram os cinco filhos.
“Sem dúvidas, a educação é uma grande herança que a família pode deixar para os filhos. Mas há uma herança maior, uma herança capaz de, associada a educação, permitir que essa pessoa, dê a volta por cima diante dos desafios maiores que ela passar pela vida, que é justamente a fé”, ressaltou Maria Bárbara.
Durante a palestra, o casal disse que a catequese não se trata de uma formalidade a ser cumprida para uma finalidade ritual, mas sim de uma catequese afetuosa de vida em família religiosa, primeira e perpétua Igreja que nos é apresentada em vida. “A visualização do pai engajado, da mãe engajada, é importante para a criança perceber qual o grau de compromisso da gente com a Igreja e com a fé”, destacou Sávio.
Eles relembram algumas inciativas familiares que praticavam durante o período da infância e da adolescência dos filhos, como a leitura diária do evangelho dentro do carro antes de ir para a escola, aproveitando cada momento para falar sobre a fé, incentivando ao debate, sem medo dos questionamentos.
“O ponto fundamental é que nós católicos sejamos como o Papa Francisco diz: espelho da alegria, que nós tenhamos a capacidade resplandecer a graça de Cristo para quem nos vê”, apontou Sávio.
Adoção
Na segunda parte da palestra, Sávio e Maria Bárbara apresentaram a sua caminhada social de envolvimento com a adoção, que é baseada na figura de São José, como pai adotivo de Jesus e exemplo de doação, obediência, silencio e humildade. “Sermos determinantes no bom caminho de nossos filhos, o nome disto é adoção”, destacaram.
Eles lembram que tinham em comum este desejo pela adoção mesmo no namoro. Dos cinco filhos, dois são adotivos e além disto fundaram, há 20 anos, um grupo de apoio à adoção chamado Quintal de Ana – que prepara pais adotivos e atende ao interesse das crianças de ter uma família através de adoção legal e também dar suporte e acompanhar a caminhada de famílias que adotaram. “Amar o diferente, o desigual, o que não tem meu cromossomo, meu sêmen, meu óvulo, mas talvez tenha o DNA de minha alma”, disse Sávio.
Eles ainda destacam que é preciso enfrentar os preconceitos sociais, raciais, de ideias pré-concebidas, onde a Igreja cada vez mais deve incentivar a adoção como um caminho correto e cristão para realização e felicidade autêntica dos pais. “Precisamos naturalizar a adoção, a adoção é o projeto de Deus como foi para São José”, concluíram.
Confira aqui toda a palestra do casal:
Simpósio
O 11º Simpósio Nacional das Famílias é uma realização da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, com apoio da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética.
Texto: Leonardo e Adriana – agentes de comunicação do Regional Leste 1 da Pastoral Familiar
Revisão: André Luiz Gomes