A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) lamentou a adoção de uma resolução sobre o “direito ao aborto”, pelo Parlamento Europeu. No pronunciamento, a indicação é que os países devem “apoiar as mães grávidas e acompanhá-las para superar as suas dificuldades em situações problemáticas”.
“Lamentamos a aprovação, ontem [07 de julho], desta resolução pelo Parlamento Europeu, que abre caminho a um desvio dos direitos humanos universalmente reconhecidos e deturpa a tragédia do aborto para as mães em dificuldades”, indica uma nota assinada pelo secretário-geral da COMECE, padre Manuel Barrios Prieto.
O comunicado pede que as instituições comunitárias trabalhem “por mais unidade entre os europeus”, evitando criar mais “barreiras ideológicas e polarização”.
“A promoção de agendas políticas radicais põe em risco os direitos fundamentais, incluindo a liberdade de pensamento, consciência e religião, a liberdade de expressão, o direito de reunião e prejudica a coesão social”, lê-se.
A tomada de posição surge após a aprovação da resolução “Decisão do Supremo Tribunal dos EUA de revogar o direito ao aborto nos Estados Unidos e necessidade de garantir o direito ao aborto e a saúde das mulheres na UE”.
“Devemos apoiar as mães grávidas e acompanhá-las para superar as suas dificuldades em situações problemáticas. O Parlamento Europeu não deve entrar numa área, como o aborto, que está fora da sua competência, nem interferir nos assuntos internos de países democráticos na UE ou fora da União Europeia”.
Declaração do secretário-geral da COMECE sobre a resolução do Parlamento Europeu
Para a COMECE, a prioridade dada à inclusão do aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia pode “comprometer seriamente” as hipóteses de reforma dos tratados no continente. Isso poderia aumentar os conflitos entre cidadãos e entre os Estados-Membros.
Com informações da Agência Ecclesia de Portugal Foto de capa: Antoine Schibler/Unsplash