O Papa Francisco recebeu, nesta sexta-feira (29), os membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que se reuniram em assembleia plenária esta semana. Durante a audiência, o Pontífice ressaltou que o trabalho confiado à Comissão deve ser realizado com cuidado e requer atenção contínua. “Infelizmente, não faltam situações em que a dignidade das crianças é ameaçada, e isso deveria ser uma preocupação de todos os fiéis e de todas as pessoas de boa vontade”, destacou.
“O abuso, em todas as suas formas, é inaceitável. O abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida em seu florescimento. Em vez de florescer, a pessoa abusada é ferida, às vezes de forma indelével”, completou o Santo Padre.
Francisco contou que recentemente recebeu uma carta de um pai, cujo filho foi abusado e, por causa disso, não saiu de seu quarto por muitos anos, marcando cotidianamente a família com as consequências do abuso. “As pessoas abusadas às vezes se sentem presas entre a vida e a morte. Estas são realidades que não podemos remover, por mais dolorosas que sejam”, afirmou.
“O testemunho dos sobreviventes é uma ferida aberta no corpo de Cristo que é a Igreja. Cada membro da Igreja, de acordo com seu status, é chamado a assumir a responsabilidade de prevenir os abusos e trabalhar pela justiça e cura”, destacou o Papa.
Na reunião, Francisco pediu também à Comissão que prepare um relatório sobre as iniciativas da Igreja para a proteção de menores e adultos vulneráveis. “Este relatório será um fator de transparência e responsabilidade e – espero – dará uma indicação clara de nosso progresso neste compromisso. Se não houver progresso, os fiéis continuarão perdendo a confiança em seus pastores, tornando cada vez mais difícil o anúncio e o testemunho do Evangelho”, concluiu.