Farol Vida e Família: para estar atento à realidade
Após a aprovação no parlamento português da descriminalização da eutanásia e do suicídio assistido, a Igreja em Portugal lamenta a decisão e busca saídas para defender a vida. O Conselho Permanente da Conferência Episcopal emitiu comunicado manifestando “tristeza e indignação”; nas homilias, os prelados reafirmaram o valor da vida; e grupo inter-religioso denunciou o “retrocesso civilizacional”.
Em comunicado, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou “tristeza e indignação diante da aprovação parlamentar da lei que autoriza a eutanásia e o suicídio assistido”. Os bispos defendem que haja fiscalização da constitucionalidade do novo dispositivo legal, “por ofender o princípio da inviolabilidade da vida humana”.
“Essa tristeza e indignação são acrescidas pelo fato de se legalizar uma forma de morte provocada no momento do maior agravamento de uma pandemia mortífera, em que todos queremos empenhar-nos em salvar o maior número de vidas, para tal aceitando restrições da liberdade e sacrifícios econômicos sem paralelo”, acrescentam os bispos católicos.
O texto aprovado pela Assembleia da República de Portugal segue para o presidente da República, que pode vetar, enviar para o Tribunal Constitucional ou promulgar a Lei.
A nota realça ainda que estamos perante “um retrocesso cultural sem precedentes, caraterizado pela absolutização da autonomia e autodeterminação da pessoa. A ele temos de reagir energicamente. Por isso, agora, mais do que nunca, reforçamos o nosso propósito de acompanhar com solicitude e amor todos os doentes, em todas as etapas da sua vida terrena e, de modo especial, na sua etapa final”, conclui o comunicado da Conselho Permanente da CEP.
Retrocesso civilizacional
O Grupo de Trabalho Inter-Religioso|Religiões-Saúde (GTIR), com representantes de nove comunidades, criticou a legalização da eutanásia, considerando a decisão um “retrocesso civilizacional”.
“Face àquilo que consideramos ser uma ruptura no dique da vida e um retrocesso civilizacional em função das ideologias do desejo, reforçaremos o nosso empenho na proclamação dos valores da vida e na formação humana”, indicam os signatários do comunicado, enviado à Agência ECCLESIA.
Com informações da Agência Ecclesia