O Encontro Nacional de Bispos Referenciais e Assessores Eclesiásticos da Pastoral Familiar iniciou hoje, 3, a sua rotina formativa. Durante todo o dia, os participantes puderam aprofundar temáticas relacionadas ao acompanhamento do trabalho pastoral junto às famílias. Na tarde de hoje e durante toda a quinta-feira, o arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, conduz as reflexões sobre a evangelização no contexto atual.
No primeiro momento de sua exposição, dom Leomar falou sobre a vivência da fé num mundo que se transforma e, em seguida, sobre a transmissão da fé em tempos de pluralidade. Ao final das duas primeiras partilhas, a grande pergunta que fica, segundo o arcebispo, é se “estamos formando adeptos de uma religião ou discípulos do Mestre”.
No contexto do mundo atual, com as mudanças socioculturais e que influenciam também na vivência da fé, o contexto de sociedade cristã desapareceu. Há, nesse sentido, o fim de uma forma sociológica de compreender o cristianismo no ocidente. É preciso, então, uma nova inculturação que compreenda uma nova evangelização, um novo modo de estar neste mundo, um novo modo de ser, agir e comunicar a fé.
Segundo dom Leomar, a situação atual das comunidades “não é a causa dos sintomas da Igreja, mas sintoma da crise que vivemos” e “a pior resposta a ser dada a esta situação é a nostalgia, as saudades de um passado que não volta”, salientou dom Leomar.
O desafio para a Igreja, no atual contexto, é passar de uma religião de herança social para uma religião de opção pessoal. É preciso também superar a ideia de uma sociedade unificada pela fé católica para compreender a sociedade constituída na liberdade democrática e no pluralismo de ideologias. Assim, a Igreja precisa estar atenta e passar “de uma igreja de massa a uma igreja diferenciada e articulada em pequenas comunidades de discípulos missionários”.
Ao final de duas exposições, dom Leomar abriu a palavra para ouvir as impressões dos participantes, que puderam partilhar de situações que chamam sua atenção e preocupam no trabalho junto às famílias. Como retorno, dom Leomar sugeriu escutar as situações diversas e plurais, mas sem fazer concessões sobre as verdades da fé. Diante do desafio da proximidade pastoral e da sinodalidade, a indicação é fortalecer os conselhos e visitar as pessoas. Outra luz indicativa para a realidade atual é promover a Leitura Orante da Palavra de Deus nas comunidades e paróquias, o que vai ajudar a formar as pessoas.
Adolescência e juventude
Pela manhã, quem contribuiu nos aprofundamentos do encontro foi a diretora nacional do Programa Teen STAR no Brasil, Fabiana Azambuja. Ela falou sobre Educação Afetivo-sexual na perspectiva da adolescência e juventude.
“Tratamos sobre a importância de educar a pessoa a partir da sua sexualidade, que é essa força frágil de amar e ser amado, e ensinar isso aos formadores, pastores, educadores, pais e a todos aqueles agentes que trabalham com crianças, adolescentes, jovens, adultos. É o grande compromisso que nós temos: educar para criarmos uma cultura do amor”, ressaltou Fabiana.