O Papa Francisco decretou um Jubileu Ordinário para 2025 com o lema “Peregrinos da Esperança”. Nesta quinta-feira (9) foi publicada a Bula da Proclamação com o título “Spes non confundit” – A esperança não decepciona (Rm 5,5). No texto, o pontífice faz um apelo pelos prisioneiros, migrantes, doentes, idosos e jovens dominados pelas drogas e transgressões, e ainda em favor da natalidade.
A abertura da Porta Santa
Uma das etapas marcantes do Jubileu é a abertura da Porta Santa das Basílicas de Roma, para onde fiéis de todo o mundo vão peregrinar e lucrar indulgências. A primeira será aberta em 24 de dezembro deste ano, na Basílica de São Pedro. No domingo seguinte, 29 de dezembro, o pontífice abrirá a Porta Santa da Basílica de São João de Latrão; em 1º de janeiro de 2025, Solenidade de Maria Mãe de Deus, a de Santa Maria Maior e, em 5 de janeiro, a Porta Santa de São Paulo Fora dos Muros. As três Portas serão fechadas no domingo, 28 de dezembro do mesmo ano. O Jubileu terminará com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro em 6 de janeiro de 2026.
Apelos do Papa
A celebração de um Jubileu está historicamente ligada ao reconhecimento de que Deus é o dono das terras, à libertação dos escravos e ao perdão das dívidas e dos pecados. A partir dessa compreensão, o Papa Francisco apresentou vários apelos em sua Bula de Proclamação do Jubileu. Vários deles estão relacionados aos temas ligados à vida e à família.
Em favor da natalidade
Com preocupação, o Papa Francisco observa a “queda na taxa de natalidade” que está sendo registrada em vários países e por vários motivos: “dos ritmos frenéticos de vida”, “dos receios face ao futuro”, “da falta de garantias de emprego e de adequada proteção social” e “de modelos sociais ditados mais pela procura do lucro do que pelo cuidado das relações humanas”. Para o Pontífice, há uma “necessidade urgente” de “apoio convicto” dos fiéis e da sociedade civil ao “desejo” dos jovens de gerar novas crianças, para que o futuro possa ser “marcado pelo sorriso de tantos meninos e meninas que, em muitas partes do mundo, venham encher os demasiados berços vazios”.
Esperança para a juventude
Sobre os jovens, o Pontífice ressaltou a necessidade de sinais de esperança, pois muitas vezes veem os seus sonhos desmoronar. “Não podemos decepcioná-los: o futuro funda-se no seu entusiasmo. Como é belo vê-los irradiar energia, por exemplo, quando voluntariamente arregaçam as mangas e se comprometem nas situações de calamidade e mal-estar social! Já é triste ver jovens sem esperança; se bem que se torna inevitável viver o presente na melancolia e no tédio quando o futuro é incerto e impermeável aos sonhos, o estudo não oferece saídas e a falta de emprego ou dum trabalho suficientemente estável corre o risco de suprimir os desejos”, disse.
Combate às drogas
Papa Francisco foi enfático sobre o combate às drogas. “A ilusão das drogas, o risco da transgressão e a busca do efémero criam nos jovens, mais do que nos outros, confusão e escondem-lhes a beleza e o sentido da vida, fazendo-os escorregar para abismos escuros e impelindo-os a gestos autodestrutivos. Por isso, que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!”, destacou.
Idosos
Já sobre os idosos, o Santo Padre alertou sobre os perigos da solidão e o sentimento de abandono. “Valorizar o tesouro que eles são, a sua experiência de vida, a sabedoria que trazem consigo e o contributo que podem dar, é um empenho da comunidade cristã e da sociedade civil, chamadas a trabalhar em conjunto em prol da aliança entre as gerações”, afirmou Francisco.
Presidiários
Francisco também pede “sinais tangíveis de esperança” para os presos. Propõe aos governos “formas de anistia ou de perdão da pena”, bem como “percursos de reinserção na comunidade”. Acima de tudo, o Papa pede “condições dignas para quem está recluso, respeito pelos direitos humanos e sobretudo a abolição da pena de morte”. Para oferecer aos prisioneiros um sinal concreto de proximidade, o próprio Pontífice abrirá uma Porta Santa em uma prisão.
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