A Associação Brasileira de Médicos Católicos participou do XXVI Congresso Mundial de Médicos Católicos, realizado em Roma, entre os dias 15 e 17 de setembro. Essa foi a primeira vez que a entidade participou após sua fundação, em novembro de 2021. A participação de brasileiros no evento, entretanto, registra-se desde a terceira edição do congresso, há mais de 20 anos.
O evento foi concebido, segundo os organizadores, como um curso de formação humanista cristã, pós-universitário, destinado aos membros da Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos (FIAMC). O tema central, “Medicina: reparadora ou transformadora? A missão do médico cristão”, propôs a abordagem do papel do médico e da medicina numa sociedade marcada pelo “trans-humanismo”.
Em um resumo a respeito da temática, o presidente da Federação, Bernard Ars, sustentou que, para o cristão que exerce medicina, “reparar exprime, por um lado, o respeito à vida, bem como a dignidade e a integridade da pessoa humana”. E, por outro, “trata-se, para o médico, de reparar o corpo globalmente – físico, psíquico, relacional e espiritual -, respeitando a natureza humana, e não de transformar o corpo por prazer, com toda a autonomia; é o ‘Reparar o humano’ face ao ‘Transformar o humano’ dos trans humanistas”.
Ele também ressaltou que essa reparação “trata-se, igualmente para o cristão, de reparar com Jesus a transgressão da lei natural, da lei divina, efetuada pelos humanos; dito de outro modo, é ser corredentor.
A lei natural deixa-se hoje redescobrir”.
Programação
No primeiro dia de Congresso, foram abortados aspectos filosóficos e técnicos com destaque para os avanços, possibilidades e desafios éticos no campo da neurocirurgia e a abordagem da disforia de gênero nos seus aspectos psicológicos, endócrinos e cirúrgicos.
A programação contou com a presença do prefeito de Roma e do Cardeal Peter Turkson, chanceler da Pontificia Academia de Ciências.
No segundo dia do XXVI Congresso Mundial de Médicos Católicos, o ponto alto foi a Missa presidida pelo cardeal Peter Turkson. Refletindo sobre o Evangelho do dia e sobre as santas mulheres que, após curadas, seguiam Jesus, ele recordou que a cura pode ser uma experiência teofânica e que os profissionais da saúde medicam o corpo, mas é Deus quem cura.
O terceiro e último dia de congresso foi dedicada ao testemunho dos jovens médicos. Do Brasil, a médica Camila Ribeiro, de Brasília, apresentou o MedCal, Médicos de Corpos e Almas, apostolado do movimento Regnum Christi que mobiliza jovens estudantes para atividades formativas e missionárias.
Por ocasião do congresso, também foi realizada a Assembleia Geral da FIAMC, associação sediada no Vaticano que congrega as associações médicas católicas internacionais. O Dr Bernard Ars foi reeleito presidente da Federação para mais um mandato de quatro anos. Já o português José Diogo Ferreira Martins, presidente da associação de Portugal, foi eleito secretário-geral.
O encerramento do evento foi conduzido pelo secretário de estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.