O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers, se manifestou e rezou, nesta quarta-feira (23), pelas famílias que serão afetadas pela aprovação do aborto na Colômbia para gestações com até 24 semanas (seis meses).
“Choramos pelos bebês inocentes da Colômbia que serão impedidos de viver! Choramos também pelas suas mães e famílias pela dor da ausência de um filho morto. Escolhe, pois a vida (Dt 30,19)”, disse ele em postagem nas redes sociais.
À Rede Vida, dom Ricardo enviou um vídeo no qual afirma ser “chocante pensar que uma nação escolhe tirar as vidas de suas crianças”. Para dom Ricardo, “é um retrocesso para qualquer nação quando não se respeita a vida desde o seu início, quando se mata crianças inocentes”.
“Queremos reiterar como cristãos e cristãs esta defesa: a vida é sagrada, a vida é inalienável e a vida tem uma dignidade que nenhum ser humano, nenhuma nação, nenhuma política podem tirar. Que possamos estar atentos também nós aqui no Brasil e jamais cedermos a esta maldade de excluirmos nossas crianças no ventre materno ou querermos decidir quem pode vir a viver e quem não pode viver. Rezemos pelas crianças inocentes, rezemos pelas mães, rezemos pelas famílias. E que possamos cada vez mais nos unir pela defesa, pelo cuidado e pela salvaguarda de todas as crianças inocentes“.
Dom Ricardo Hoepers
Entenda o caso
A decisão da Corte Constitucional colombiana (cinco votos a favor e quatro contra) foi anunciada nesta terça-feira (22). A partir de agora, a ação não mais será punida de acordo com a lei ainda em vigor no país. Em nota, a Suprema Corte daquele país afirmou que o aborto “só será punível quando for realizado após a vigésima quarta semana de gestação e, em todo caso, esse prazo não se aplicará aos três casos estabelecidos na sentença C. – 355 de 2006”.
Isso significa que o aborto não será crime punível até a 24ª semana de gravidez, e que continua vigente a decisão da Corte Constitucional de 2006 que descriminaliza a prática para casos de estupro, malformação do nascituro ou perigo para a vida da mãe, mesmo depois do prazo estabelecido.
A decisão da Corte pede ao Congresso e ao governo nacional que criem uma política pública integral que, entre outras coisas, elimine “qualquer obstáculo ao exercício dos direitos sexuais e reprodutivos reconhecidos nesta decisão”.