Sesc Rio entra na luta contra a dengue ensinando a combater o mosquito e oferecendo serviços de saúde gratuitos na Igreja Santo Afonso
Ao todo são 57 mil casos de dengue no Estado. Além de dicas de orientação, maquetes com a casa ideal e esquetes de teatro também serão realizados testes de glicose e colesterol, aferição da pressão arterial, orientação nutricional, escovação e aplicação de flúor, corte de cabelo e embelezamento das unhas.
A saúde vai mal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Mais de 100 milhões de pessoas são infectadas por ano. No Brasil, nos meses de janeiro a maio as condições climáticas favoráveis ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti, atingiu mais de 120 mil pessoas. No estado do Rio, a população está pedindo socorro. O ano está sendo marcado pelo grave avanço da dengue. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a doença já registrou mais de 57 mil casos de dengue no estado. Desde janeiro, 67 pessoas morreram no estado e 44 no município. Uma em cada 644 casos, cinco vezes mais do que a epidemia de 2002. As crianças são as maiores vítimas. A região mais afetada é a capital fluminense com mais de 37 mil casos da doença, onde os locais mais críticos são Tijuca e Vila Isabel, na Zona Norte, Saúde e Santo Cristo, na Zona Portuária; Cidade Nova, no Centro; Benfica, Bonsucesso, Jacaré, Vista Alegre, Ramos e Jardim América, no subúrbio; e Anil, Curicica, Gardênia Azul, Cidade de Deus e Camorim, na Zona Oeste.
Para alertar a população contra o problema e ajudar a educar para prevenir com dicas de como combater efetivamente o Aedes Aegypti, o SESC Rio vai realizar uma grande Ação Social, com diversos serviços gratuitos, no dia 7 de abril, nesta segunda-feira, de 7h às 16h, no pátio da Igreja Santo Afonso (R. Major Ávila, 131- Tijuca). O evento é em comemoração ao Dia Mundial da Saúde. Em destaque, diversas atividades educativas (esquetes teatrais, palestras com dicas e orientações de profissionais de saúde e maquetes com a casa ideal vão mostrar de forma lúdica como vencer a guerra contra a dengue). Além dessas atividades serão oferecidos também, testes de glicose e colesterol, aferição da pressão arterial, corte de cabelo, embelezamento das unhas, orientação e avaliação nutricional, atividades esportivas, entre outros fazem parte da programação. Basta chegar e participar. A expectativa é a realização de mais de 5 mil atendimentos.
“A idéia é promover uma ampla conscientização popular através de campanhas educativas que ajudem na prevenção dessa epidemia de dengue que assola o Estado do Rio, principalmente o município”, ressalta Ana Cristina Pimentel, gerente de saúde do Sesc Rio.
“Como cristãos, nós entendemos a saúde com o bem estar integral do ser humano. Corpo, mente e espírito precisam estar em equilíbrio. Todas as dimensões da pessoa precisam ser cuidadas para que haja humanização e respeito pelos direitos fundamentais de cada um. Os serviços oferecidos são a oportunidade para contribuir com a promoção da vida, que foi o tema que nos guiou durante toda a Campanha da Fraternidade de 2008, que é uma das dimensões da espiritualidade cristã”, avalia Pe. Nelson Antonio Linhares, padre da Igreja Santo Afonso.
PROGRAMAÇÃO
Dia Mundial da Saúde
7 de abril – segunda-feira
7h às 16h
Igreja Santo Afonso – Rua Major Ávila, 131 – Tijuca.
Atividades e serviços gratuitos:
Saúde
– Esquetes teatrais sobre dengue;
– Palestras com dicas de prevenção sobre a dengue;
– Maquete com a casa ideal;
– Testes de Glicose e Colesterol;
– Aferição da pressão arterial;
– Corte de Cabelo;
– Embelezamento das unhas;
– Orientação nutricional;
– Escovação e fluoretação;
– Orientação sobre auto exame da mama;
Esporte
– Shiatzu;
– Aulões de ginástica e alongamento.
Números da dengue assustam
No Estado, entre janeiro e março, já foram notificados 57 mil casos. O problema é maior no município do Rio de Janeiro com 28.233 pessoas infectadas pela dengue. No interior, o município com maior incidência é o de Angra dos Reis com 3.141. Outro município de preocupação é Campos de Goytacazes com 2.144, seguido de Nova Iguaçu com 2643 e Duque de Caxias com 1075 infectados. Em todo o estado, 67 pessoas morreram vítimas da dengue. E nunca é demais lembrar: água limpa e parada pode virar foco do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue.
Dengue na cidade
De janeiro a março, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 32.689 casos. Curicica lidera a estatística com 2558 casos. Campo Grande com 1.077 está em segundo lugar no ranking como bairro mais atingido, seguido da Taquara (1568), Cidade de Deus (1043) e Anil (822). O bairro da Tijuca fica em sexto lugar com 720 casos. A área de grande preocupação é Jacarepaguá com 7929 seguido pelo Méier onde 1509 pessoas contraíram dengue.
Incidência da dengue no país
Os estados com maior número de casos eram, até o fim da contagem em 21 de fevereiro de 2008, Rio de Janeiro (26%), Pará (9%), Tocantins (8%), Goiás (7%), Ceará (6%), Minas Gerais (5%), Rio Grande do Norte (5%), Mato Grosso (5%). Esses estados totalizam 72% dos casos
de dengue notificados no país até o momento.
A Região Norte concentrou 26% dos casos de dengue notificados no país no mês de janeiro de 2008, 8.231 registros, representando um aumento de 55% quando comparado com o mesmo período de 2007. Na Região Nordeste foram notificados 6.329 casos suspeitos de dengue, com uma redução de 27% quando em comparação com o mesmo período de 2007. Na Região Sudeste o número de casos registrados foi de 11.291 (redução de 5,46% com relação ao mesmo período do ano passado). Na Região Sul foram notificados 1.486 casos suspeitos de dengue, número que representa uma redução de 25,25% se comparado com o mesmo período de 2007. Na Região Centro-Oeste foram notificados 4.785 casos de dengue no mês de janeiro, com uma redução de 81% quando comparado com o mesmo período de 2007.
Dicas de prevenção:
Como é praticamente impossível eliminar o mosquito da dengue, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes aegypti. O único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Na maior parte dos casos, o foco do mosquito está nas residências.
– Colocar no lixo latas, garrafas, potes e outros objetos sem uso que possam acumular água. Não deixá-los em quintais nem jogar em terrenos baldios.
– Tampinhas de garrafas, cascas de ovo, embalagens plásticas, copos descartáveis ou qualquer outro objeto sem uso, por menor que seja e que possa acumular água, deve ser colocado em saco plástico, e este, fechado e jogado no lixo.
– Os pneus fora de uso devem ser mantidos secos e em local coberto, protegidos de chuva.
– Manter bem fechados latões, poços, cisternas, caixas d’água e outros depósitos de água para consumo, impedindo a entrada de mosquitos. Vedar com tela fina aqueles que não têm tampa própria.
– Não cultivar plantas em jarros com água; plantá-las sempre em vasos com terra. Colocar areia nos pratos dos vasos de plantas.
– Evitar o cultivo de bromélias e outras plantas parecidas, substituindo-as por outras, pois acumulam água em suas folhas e podem tornar-se criadouros de mosquitos.
– As piscinas devem ser tratadas com cloro, devendo ser limpas uma vez por semana. Se não forem usadas devem ser mantidas vazias ou cobertas.
– As calhas devem ser mantidas limpas e desentupidas, removendo-se folhas e materiais que possam impedir o escoamento da água.
– Lavar com bucha e manter limpos os reservatórios de água externos de geladeira, as bandejas de ar condicionado e suportes de garrafão de água mineral.
– As lajes devem ser mantidas limpas e secas.
– Lagos, cascatas e espelho d’água decorativos devem ser mantidos limpos. A criação de peixes é aconselhada, pois estes podem comer as larvas de mosquitos. Outra opção é manter a água tratada com cloro.
– Onde houver cacos de vidro nos muros, colocar areia em todos aqueles que possam acumular água.
– Verificar se há entupimento em ralos de cozinha, banheiro, sauna e ducha, providenciando imediatamente seu desentupimento. Se estes não estiverem sendo utilizados, mantê-los fechados.
– Deixar a tampa dos vasos sanitários sempre fechadas. Em banheiros pouco usados, deve-se dar descarga uma vez por semana.
– Nos cemitérios colocar terra ou areia nas floreiras e jardineiras, evitando o acúmulo de água e a formação de criadouros de mosquitos.
– Os vasilhames para água de animais domésticos devem ser lavados com bucha, sabão e água corrente, pelo menos uma vez por semana.
Doença:
A dengue é uma doença febril causada por vírus (virose), transmitida de uma pessoa doente a uma pessoa sadia pela picada da fêmea contaminada de um mosquito – o Aedes aegypti. Existem quatro tipos de vírus da dengue: Dengue I, Dengue II, Dengue III e Dengue IV e dois tipos principais de dengue: a dengue clássica e a dengue hemorrágica.
Com o calor e o início da temporada das chuvas, a dengue volta a ser uma ameaça à saúde pública no Brasil. Para se evitar a doença faz-se necessário intensificar as ações de prevenção e combate ao vetor da dengue, o mosquito Aedes Aegypti. O mosquito transmissor da dengue – o Aedes aegypti, é um mosquito que se adaptou às áreas urbanas das cidades e vive preferencialmente dentro das casas ou perto delas, uma vez que lá encontra melhores condições para sua reprodução: sangue humano e depósitos com água.
Pode se proliferar em qualquer lugar que acumule água limpa (caixas d’ água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro e vasos de plantas). A fêmea grávida deposita seus ovos e prefere recipiente com água limpa, cristalina, sem cor e parada, ao invés de água suja ou poluída. Os ovos podem resistir até mais de um ano nas paredes secas dos recipientes, até que tenham contato com a água e se transformem em larvas, e posteriormente, em mosquitos. As altas temperaturas favorecem a reprodução mais rápida e conseqüentemente o aumento da quantidade de mosquitos.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns da doença são febre, náuseas (enjôo), vômitos, dor nos olhos, cansaço, falta de apetite, dores no corpo, principalmente nos músculos e nas articulações (ou juntas), e dor de cabeça. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramento, mais comum nas gengivas. Ao perceber os sintomas, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa.
O período crítico da dengue ocorre, geralmente, após o terceiro dia da doença. A pessoa deixa de ter febre, embora continue a sensação de cansaço, fraqueza e mal-estar. Isso pode levar a uma falsa sensação de melhora, mas, em seguida, o paciente volta a piorar. Algumas manchas vermelhas e coceira na pele (parecendo picadas de insetos), podem surgir, além de pequenos sangramentos pelo nariz e gengivas. Nestes casos, é necessário retornar ao médico nas primeiras 24h após o surgimento destes sintomas.
Caso surjam dor abdominal intensa e contínua, fezes pretas, tonteira, pressão baixa, mãos e pés pálidos ou arroxeados, vômitos freqüentes, sonolência ou agitação, vista escura e dificuldade de respiração, é necessário procurar atendimento médico imediato, pois são sintomas e sinais que indicam hemorragia (perda de sangue) o que pode levar o paciente à morte.
As pessoas que sofrem de doenças do coração, asma, diabetes, anemia, bronquite crônica, enfisema e hipertensão arterial podem ter o estado de saúde agravado pela dengue ou desenvolver a forma mais grave da doença. Portanto, é importante que o acompanhamento médico seja feito desde os primeiros sintomas.
Tratamento:
Não há tratamento específico para o paciente com a dengue clássica, devendo o médico tratar apenas os sintomas, como a febre, as dores de cabeça e no corpo, além daqueles devidos à desidratação (perda de líquidos do organismo devido a febre, diarréia ou vômito). Para isso são receitados medicamentos analgésicos/anti-térmicos (contra dor e febre) e recomendada a ingestão de líquidos em grande quantidade, repouso e alimentação rica em frutas e legumes.
Dentre os analgésicos/anti-térmicos sempre são evitados aqueles cuja base é o ácido acetil-salicílico (AAS, Aspirina, Doril, Melhoral, etc.) já que seu uso pode favorecer o aparecimento de hemorragias. É de grande importância que o paciente fique em repouso e tome bastante líquido.
Quanto aos pacientes com dengue hemorrágico ou Febre Hemorrágica do Dengue (FHD), estes sim devem ser observados rigorosamente para identificação dos primeiros sinais de choque, com queda de pressão devido às perdas de sangue.