Nesta quinta-feira, 21 de outubro, é comemorado o Dia Nacional de Valorização da Família. A data foi instituída pela Lei n. 12.647, de 16 de maio de 2012. Celebrar esse dia no calendário civil é oportunidade de ressaltar o papel fundamental da família como núcleo vital da sociedade e ambiente privilegiado para o desenvolvimento humano.
À época da proposição do projeto de Lei, o autor ressaltou a família como ambiente em que valores como igualdade, tolerância e responsabilidade são “mais naturalmente adquiridos”. E continuou: “onde se aprendem ideais como reciprocidade, cooperação e solidariedade, tão necessários à formação individual e à convivência social”.
A Igreja e a família: primeira escola dos valores humanos
A Igreja também acredita que é na família que os primeiros valores humanos são assimilados. Na exortação apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco afirma que é a família é a primeira escola dos valores humanos.
“Há inclinações maturadas na infância, que impregnam o íntimo duma pessoa e permanecem toda a vida como uma inclinação favorável a um valor ou como uma rejeição espontânea de certos comportamentos” (AL, 274).
No parágrafo 276, Francisco ressalta que a família é o âmbito da socialização primária, “porque é o primeiro lugar onde se aprende a relacionar-se com o outro, a escutar, partilhar, suportar, respeitar, ajudar, conviver”.
Na constituição Lumen Gentium, a família é chamada de “igreja doméstica”. Ali “amadurece a primeira experiência eclesial da comunhão entre as pessoas, na qual, por graça, se reflete o mistério da Santíssima Trindade”. É na família onde se aprende “a tenacidade e a alegria no trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e sempre renovado, e sobretudo o culto divino, pela oração e pelo oferecimento da própria vida”, ensina o Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 1657.
(AL, n. 66) «A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo. “Aqui se aprende (…) uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social” (Paulo VI, Alocução em Nazaré, 5 de Janeiro de 1964)
A Pastoral Familiar
Em seu trabalho de evangelização, a Pastoral Familiar valoriza o matrimônio, sobretudo, “porque a própria mística do sacramento do matrimônio tem um profundo caráter social (cf. AL, n. 186)”. É o que destaca o secretário executivo da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, padre Crispim Guimarães.
Fundamental para o desenvolvimento humano
O Dia Nacional de Valorização da Família, a partir de sua proposta legislativa, deveria ser ocasião para oportunizar “momentos de reflexão para chamar a atenção da sociedade, de governos e responsáveis por políticas locais para a importância da família como instituição fundamental para o desenvolvimento humano”. Como destaca o Papa Francisco na Amoris Laetitia (n. 31), “o bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja”.
Essa reflexão deveria levar ao investimento em políticas públicas que promovam, entre tantas carências familiares, a igualdade de posição entre os cônjuges; assistência social à infância e juventude; resolução dos problemas do desemprego; acesso à educação; e condições dignas de moradia, gerando estruturas sociais que permitam às famílias marginalizadas atingir condições mínimas de estabilidade.
As estatísticas socioeconômicas e de segurança revelam, no entanto, que há uma grande carência de políticas públicas voltadas para as famílias no Brasil.