O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, pediu a parlamentares católicos que legislem a favor da vida e da família.
Durante o I Encontro de Parlamentares Católicos a Serviço do Povo Brasileiro, promovido pela CNBB, nos dias 16 e 17 de setembro, houve um momento em que um grupo de bispos apresentou o que a Igreja espera da atuação de vereadores, deputados estaduais e federais e senadores nas casas legislativas.
Defesa da vida
Dom Ricardo pediu lucidez e bom discernimento aos legisladores católicos ao elaborar as leis e ao aprova-las. E recordou que na Sagrada Escritura, na História da Igreja, na Tradição e no Magistério “não faltarão os fundamentos necessários” para que possam discernir quais as leis que estão de acordo com a defesa da vida e “não ferem a sacralidade, a inviolabilidade e a dignidade da vida desde a concepção até o seu fim natural”.
Políticas públicas para as famílias
Outra recomendação é que leiam a exortação Amoris Laetitia para recordar pontos importantes. O bispo citou o parágrafo 42, no qual o Papa afirma: “A Igreja rejeita com todas as suas forças as intervenções coercitivas do Estado a favor da contracepção, da esterilização, do aborto”. E o parágrafo 44, que contém o pedido para insistir nos direitos da família, e não apenas nos direitos individuais.
O bispo destacou que o capítulo II da exortação apostólica apresenta “um panorama real da situação dramática das famílias pobres, migrantes, excluídas, marginalizadas sem acesso a educação, a moradia, ao trabalho”. Os parlamentares também devem estar atentos à falta de políticas públicas às famílias que tem pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade, que tem filhos sequestrados para o tráfico de órgãos, que são exploradas sexualmente, que são vítimas e reféns do tráfico e da droga.
Teorias de gênero
Outra questão pontuada por dom Ricardo refere-se às teorias de gênero. Citando o Papa Francisco, o bispo deixou claro que a ‘ação do mal’ relacionada à teoria de gênero não é referente às pessoas com orientação homossexual, para quem a Igreja deve prestar assistência pastoral. A preocupação da Igreja refere-se à questão cultural que “quer converter tudo em homogêneo, neutro”. Para o Papa, tais teorias consistem num “ataque à diferença, à criação de Deus e a homens e mulheres”.
Nesse sentido, os parlamentares devem estar atentos ao objetivo dessas teorias em “minar a base da humanidade em todos os âmbitos e em todos os programas educativos possíveis”. De acordo com a citação ao Papa, isso busca se converter “em uma imposição cultural que, em vez de nascer de baixo é imposta do alto por alguns Estados como único caminho cultural possível a se adequar”.
Agradecimento
Ao final de sua fala, dom Ricardo agradeceu aos parlamentares que “incansavelmente defendem a vida e a família, mesmo diante das pressões da mídia e de seus próprios partidos”. Para o bispo, “é um testemunho profético que merece nosso reconhecimento, nosso apoio e nossas orações”.
Apoio para contrapor projetos de morte
O prelado também colocou a Comissão e a Pastoral Familiar à disposição dos parlamentares para auxiliá-los diante dos “projetos de uma cultura da morte que vão contra a vida desde a concepção até seu fim natural” que tramitam nas casas legislativas.
“Esperamos enfim, que nenhum parlamentar se omita, se exima do seu dever de promover, defender e cuidar da família e sejam protagonistas e anunciadores da cultura da vida”, afirmou.
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