A última live da série de Formação sobre a Campanha da Fraternidade 2022, cujo tema é Fraternidade e Educação, tratou sobre a parte “Propor” do texto-base da campanha. Realizado na segunda-feira (21), o encontro contou com a ajuda do padre Júlio César Evangelista Resende, assessor para educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A iniciativa foi organizada pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF).
A iniciativa trata-se de uma formação estruturada nos três verbos que conduzem a organização da CF 2022: “Escutar, Discernir e Agir”. “Queremos fazer com que todas as famílias sejam inseridas nas comunidades eclesiais para que possam celebrar a campanha da fraternidade durante a quaresma deste ano”, destacou o assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB e secretário executivo da CNPF, padre Crispim Guimarães.
Ao iniciar a palestra, o padre Júlio César destacou que o tema sobre a educação toca profundamente as realidades familiares. “A família é um local privilegiado de uma experiência concreta educativa”, apontou. “Este tema vem ressoar o Pacto Educativo Global sugerido pelo Papa Francisco e refletir sobre a situação atual provocada pela pandemia, além dos desafios e possibilidades”, explicou o especialista.
De acordo com o assessor para educação da CNBB, para a igreja, a educação vai para além dos espaços educativos formais das escolas. “Toda a comunidade é educadora. Todos nós temos essa responsabilidade”, disse. “Os agentes da Pastoral Familiar são importantes para semear a mentalidade da superação da individualidade. Precisamos de uma educação que gere pessoas disponíveis para o serviço da comunidade”, reforçou.
O padre Júlio César ainda lembrou que a pandemia impôs um aprendizado em diversas áreas. “Somos chamados a aprender muitas situações concretas, como o cuidado com a vida e o bem comum. Então, devemos também priorizar a educação desde a família até a elaboração de políticas públicas”, afirmou.
Segundo Resende, educar é um ato de esperança do ser humano. Por isso, devemos ensinar os nossos jovens a discernir em relação a um projeto de vida que ajude a reverter a tendência do esvaziamento do coletivo e da crise do compromisso comunitário. “As nossas famílias têm um papel fundamental na construção desse horizonte de construção da sociedade a partir de um projeto de vida”, apontou.
Iniciar processos
Padre Júlio César também sugeriu a necessidade de iniciar processo, e não é fazer iniciativas isoladas no campo da educação. “Ações que mudem a realidade e sejam inseridos no cotidiano de nossas ações pastorais. Entre elas estão:
- Cuidar da formação de professores – Propor formação continuada dos profissionais, a valorização da carreira docente e a defesa do espaço escolar como ambiente da educação formal;
- Ações no campo político – Criar fórum e espaços para acompanhamento das políticas públicas;
- Ensino religioso – Promover espaços formativos sobre a cultura do encontro. Procurar criar em cada diocese um núcleo sobre educação religioso;
- Educar para a cultura e bens culturais – Fortalecer a identidade cultural de cada uma das regiões;
- Universidades – Reforçar as parcerias com as universidades e como criar uma pastoral universitária para acolher os jovens;
- Pensar na ação pastoral nas comunidades eclesiais missionárias – “Muitas vezes as novas famílias não são preparadas para ser escolas de amor. Há um imenso espaço de atuação”, incentivou o padre em relação à atuação da Pastoral Familiar.
- Serviços pastorais em favor da educação – Como podemos intensificar este serviço, com retiro para educadores, realizar visitas e apoiar eventos das escolas;
- Apoiar escolas católicas – Pensar em projetos educativos que fomentem uma nova economia, solidária e fraterna;
- Tarefas educativas urgentes da igreja e da sociedade – Como superar o analfabetismo e analfabetismo digital?;
Confira a live na íntegra:
Saiba Mais
O primeiro encontro, realizado dia 7 de fevereiro, com assessoria do sub-secretário Geral da CNBB e coordenador de campanhas da entidade, Patriky Samuel Batista, aprofundou a primeira parte do texto-base da CF 2022, com o verbo “Escutar”.
O segundo encontro, realizado dia 14 de fevereiro, recebeu o padre da diocese de Campanha (MG) Jean Poul Hansen, que abordou sobre o tema “Discernir”.