A pastoral familiar da diocese de Toledo realizou em março um encontro de grande repercussão para o futuro da evangelização. Reunindo pastorais e movimentos eclesiais que desenvolvem ações em prol da família, tais como cursinhos, equipes de Nossa Senhora e Renovação Carismáticas Católicas, o evento serviu para sustentar algumas bases de ação do cristão.
Para o encontro, foi convidado Pe. Luiz Antonio Bento, membro da Comissão Episcopal Pastoral Para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele abordou três temas de grande complexidade: “A nova evangelização, Iniciação à vida cristã: Impulso renovador da catequese e de toda a Igreja”, “Bioética e Família – Orientações pastorais a partir do documento de Aparecida” e Pastoral Familiar. Resposta da Igreja as causas de problemas que agridem a família”.
“Este momento proporcionado pela Diocese de Toledo vai ajudar nossos agentes de pastoral a encontrar os meios, métodos e algumas expressões, revigorando o ardor da evangelização. Queremos levar, de uma maneira agradável, o evangelho de Jesus neste mundo tão desafiador que vivemos hoje”, observa. Ele acrescenta que a nova evangelização implica em rever e atualizar o perfil do evangelizador, segundo a nova visão da Igreja sobre o homem e sobre a evangelização.
“Precisamos ser uma igreja missionária, não somente fora do país, mas dentro da nossa casa, na nossa liturgia, na comunidade, nos grupos de oração, no trabalho.
Eu vejo que o grande desafio da Igreja no Brasil e na América Latina é como evangelizar o ser humano de hoje, sem casa, que ganha pouco, que não tem acesso ao medicamento e outras condições básicas de vida”, considera.
Outro tema abordado por Pe. Bento diz a respeito a iniciação á vida cristã. Ele acredita que é necessário entender que a catequese, como preparação aos sacramentos, faz parte de um processo maior. Por isso, a preocupação atual com os processos de iniciação.
Por outro lado, a família do Brasil e da América Latina tem um desafio ainda maior a vencer: o ocultamento de Deus. “Hoje se tenta eliminar do coração das famílias e do povo cristão todos os sinais e símbolos sagrados. O secularismo é um grande desafio a ser superado. Como vamos dar sentido à nossa vida, da nossa família, num mundo aonde se prega a separação, a indiferença, o desrespeito a sacralidade da vida”, afirma.
Contrassenso de Ordem legal
Para ele, há um contrassenso em que vivem as famílias que são atacadas por leis que, ao contrário, deviam defendê-las. É o caso da lei que se quer aprovar o aborto, a qual mata a vida de crianças ainda no útero materno, e leis que são favoráveis ao casamento homossexual (masculino ou feminino), agredindo a origem do matrimônio que ninguém tem o direito de destruir. “A família não é uma invenção da sociedade, mas de Deus”.
Devemos respeitar todas as pessoas, a decisão de cada pessoa, mas não podemos permitir que as leis humanas se sobreponham à lei divina. “Nada se equipara a vida da família nascida do coração de Deus, formada por um homem e mulher”, sublinha. Atualmente, há 67 projetos de lei que dizem respeito à vida e à família tramitando no Congresso Nacional. “A grande maioria destrói a nossa família”, alerta.
A partir da reunião de grupos no evento foram reunidas pistas de ação para serem encaminhadas como compromisso do encontro diocesano da Pastoral Familiar.
Fonte: Revista Cristo Rei | abril de 2010