A situação da abertura à vida e da queda na taxa de natalidade de países como a Itália e a Espanha voltou a ser discutida em audiência do Papa Francisco. Ele se reuniu com a Associação para a Subsidiariedade e Modernização das Entidades Locais italianas (ASMEL), fundada em 2010. A Associação contribui para o bom funcionamento das Entidades Locais italianas, segundo o princípio da subsidiariedade.
“É verdade que todo mundo pode ter um cachorrinho, mas é preciso criar filhos. Itália, Espanha… precisam de crianças. Basta pensar que um desses países mediterrâneos tem uma idade média de 46 anos! Precisamos levar o problema da natalidade a sério, levá-lo a sério porque o futuro da pátria está em jogo aí, o futuro está em jogo aí. Ter filhos é um dever para sobreviver, para seguir adiante. Pensem nisto: esse não é um anúncio de uma agência de natalidade, mas quero enfatizar o drama das baixas taxas de natalidade, que devem ser levadas muito a sério”, apontou.
Francisco falou também sobre os avanços da tecnologia e da Inteligência Artificial. ““Estamos descobrindo quanto elas podem revelar-se poderosos instrumentos de morte. Quanto este poder poderia ser benéfico se fosse utilizado não para a destruição, mas para o cuidado das pessoas, cuidado das comunidades, cuidado dos territórios e cuidado da Casa comum”, apontou.
Apoio às pequenas cidades
Em seu discurso, o Santo Padre falou dos territórios, de onde provêm os membros da Associação, submetidos por algumas contradições da sociedade atual e por seu modelo de desenvolvimento. “Os pequenos municípios, sobretudo os que fazem parte das chamadas áreas internas, que são a maioria, são, muitas vezes, negligenciados e se encontram em uma situação de marginalização. Os cidadãos que ali vivem, que representam uma parte significativa da população, sofrem por lacunas significativas, em termos de oportunidades, que constituem uma fonte de desigualdade”, disse.
O Pontífice alertou ainda sobre a cultura do desperdício. “Tudo o que não serve para lucrar é descartado. Isso desencadeia um círculo vicioso: a falta de oportunidades, muitas vezes, leva a maioria da comunidade empreendedora da população a ir embora, deixando seus territórios à mercê da marginalidade e exclusão. Os que permanecem são, sobretudo, idosos e os que lutam para encontrar alternativas. Daí, aumenta a necessidade da presença de um Estado social, enquanto diminuem seus recursos”, comentou.
*Com informações do Vatican News