Pela primeira vez, a diocese de Holguín recebeu a presença de um papa. Na manhã de hoje, 21 de setembro, Francisco chegou à cidade, uma ilha de 1,5 milhões de habitantes. A região é considerada ponto de peregrinação mariana. Em 1612, no mar da baia do Nipe, foi encontrada a imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, declarada padroeira do país.
Na diocese, o papa Francisco presidiu missa na Praça da Revolução, onde foi acolhido pelos peregrinos. Seguindo a programação do dia, seguirá para a casa episcopal da cidade para o almoço e, na parte da tarde, irá à “Colina da Cruz”.
O local está em 261 metros de altitude e recebe diariamente fiéis peregrinos. Da colina, de onde Francisco fará uma oração e abençoará toda a cidade de Holguín, é possível ter visão de toda a região.
No início da noite, o papa viajará para Santiago de Cuba, iniciando a terceira e última etapa da visita pastoral a Cuba.
Encontro com jovens
Em Havana, o papa Francisco encontrou-se com jovens no final da tarde do domingo, 20, no Centro Cultural Padre Félix Varela. Na ocasião, falou sobre a importância do sonhar. “A objetividade da vida, deve entrar a capacidade de sonhar. E um jovem que não é capaz de sonhar, está encerrado em si mesmo, está fechado em si mesmo. (…) Não vos esqueçais: sonhai! (…). E contem os vossos sonhos. Contai, falai das coisas grandes que desejais, porque quanto maior for a capacidade de sonhar, mesmo que a vida te deixe a metade do caminho, mais caminho terás percorrido. Então, em primeiro lugar, sonhar”, afirmou Francisco.
O papa também pediu aos jovens para que saibam acolher e aceitar quem pensa de modo diferente. “Realmente, às vezes, estamos fechados. Encerramo-nos no nosso pequeno mundo: ‘Ou ele é como que eu quero que seja, ou não é nada’. E tu foste ainda mais longe: não nos fechemos nos cubículos das ideologias ou nos cubículos das religiões. Oxalá possamos crescer contra os individualismos”, acrescentou.
Ainda a este respeito, Francisco falou sobre ter corações e mentes abertas. “Se tu pensas diferente de mim, por que não havemos de falar? Por que fixar sempre o dedo sobre aquilo que nos separa, sobre aquilo em que somos diferentes? Por que não nos damos a mão naquilo que temos em comum? Tenhamos a coragem de falar do que temos em comum. E, depois podemos falar das coisas que temos diferentes ou pensamos de modo diferente”, disse.
Ao final, tratou da esperança, a cultura do descarte e da cultura do encontro. O discurso pode ser conferido, na íntegra, no site do Vaticano: www.vatican.va
Aos consagrados
Em encontro com os sacerdotes, consagrados e religiosos, no domingo, 20, na Catedral de Havana, o papa Francisco foi acolhido pelo a arcebispo de Havana, cardeal Ortega y Alamino, que falou várias vezes sobre a “pobreza”.
Ao ouvir os apelos do cardeal Ortega, o papa deixou a homilia preparada e pronunciou-se espontaneamente. Em sua reflexão, o papa recordou que a pobreza é uma palavra “muito incômoda”, pois é contrária a estrutura cultural do mundo moderno.
“O espírito mundano não a conhece, não a quer, a esconde, não por pudor, mas por desprezo. E se tem que pecar e ofender a Deus para que não chegue a pobreza, o faz. O espírito do mundo não ama o caminho do Filho de Deus, que se fez pobre, se fez nada, se humilhou para ser um de nós”, pontou o pontífice.
CNBB com informações e fotos da Rádio Vaticano.