Ao final da II Assembleia Plenária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, no Vaticano, dedicada ao tema “Leigos e ministérios na Igreja sinodal”, os participantes foram recebidos pelo Papa Francisco, neste sábado (22). Na ocasião, o Santo Padre ressaltou a importância da famílias na execução de serviços ministeriais, atribuições, ofícios, cuja finalidade é levar os valores cristãos ao mundo social, político e econômico.
“Vocês pertencem a um Dicastério popular, eu diria. Por isso, nunca percam o carácter de proximidade com as mulheres e os homens do nosso tempo”, avaliou o Pontífice. “Quando se fala de ministérios, em geral, pensamos logo nos ministérios estabelecidos: leitor, acólito, catequista. Estes ministérios são caracterizados por uma intervenção pública da Igreja, um ato específico de instituição, e por certa visibilidade. Eles estão interligados ao ministério ordenado, por suas várias formas de participação em suas tarefas próprias”, completou.
Francisco lembrou ainda que a Igreja, desde as primeiras comunidades cristãs, envolveu os fiéis e que a origem da ação ministerial na Igreja é resultado do Batismo e dos dons do Espírito Santo.
“A ação ministerial dos leigos não se funda no sacramento da Ordem, mas no Batismo, porque todos os batizados – leigos, celibatários, casados, sacerdotes, religiosos – são ‘christifideles’, os que acreditam em Cristo, são seus discípulos e, portanto, chamados a participar da missão que a Igreja lhes confia, mediante ministérios específicos”, explicou.
O Santo Padre também falou sobre os dons do Espírito Santo. “O carisma é suscitado, primeiro, pelo Espírito; depois, a Igreja reconhece este carisma como serviço útil para a comunidade; por fim, o ministério específico é difundido aos demais”. Francisco comentou também que os leigos são chamados a desempenhar várias tarefas na vida cotidiana.
Missão
Durante a assembleia, os participantes refletiram também sobre alguns desafios da Pastoral Familiar: crise matrimonial, separações e divórcios. Diante disso, Santo Padre recordou que há ministérios fundados no Matrimônio, não apenas no Batismo e na Confirmação, como a missão educativa e evangelizadora da família.
Sobre este serviço,o Papa alertou: “Fico irritado quando vejo ministros leigos que – me perdoem a palavra – “estufam o peito” por fazerem este ministério. Isto é ministerial, mas não é cristão. São ministros pagãos, cheios de si. Cuidado com isso: nunca devem se tornar autorreferenciais. Quando o serviço é unidirecional, não é “ida e volta”, destacou o Pontífice.
Por fim, o Santo Padre lembrou o verdadeiro sentido da missão dos leigos na Igreja e na sociedade. “Todos os ministérios são expressão da única missão da Igreja e formas de serviço aos outros… Na raiz do termo ministério, destaca-se a palavra ‘minus’ ou ‘menor’. Quem segue Jesus não tem medo de ser ‘inferior ou menor’ ao se colocar a serviço dos outros e, através deles, ao próprio Cristo. Assim, todo batizado descobre que é chamado a “iluminar , abençoar, animar, aliviar, curar, libertar”, concluiu.