1. Maria, templo puro do Criador
Rábula de Edessa(Hinos litúrgicos, 1-5), Bispo na Síria, do século V, formulou louvores a Maria, como Mãe do Criador, Mãe de Deus. Ele afirmou que Maria é toda santa, e tem um esplêndido tesouro de todo o mundo; é luz irradiante, cujo significado é salve. Ela é saudada pelo anjo, como predileta por Aquele que tirou os pecados do mundo e redimiu a todas as pessoas.
2. Qual é louvor dado?
Rábula levantou uma pergunta: Como vos louvaremos, ó humilde pessoa, tu que concedes a todos os fiéis ajuda e força? As pessoas olham para Maria e esperam de ti, a salvação, vinda do Salvador. Nós fiéis vos louvamos como trono angelical e como explicação do amor de Deus no tempo.
3. Ajuda os pobres
Ela é invocada sobre todos os pobres. Maria olha para os filhos e as filhas da terra, como pessoas que se aproximam do fim da sua existência. Desta forma é preciso a superação do pecado para não cair na perdição. Interceda por nós, pecadores e pecadoras, junto ao vosso Filho Jesus Cristo, a fim de que não caiamos na maldade e volta-nos ó bendita, enquanto tomas o teu Unigênito, o Filho de Deus nascido de ti, para que tenha piedade de nós pela tua santa oração.
Maria é vista como nave que leva os seres humanos à nova vida. Ela é fortificação santa na qual desceu o rei dos reis para habitar nela e no mundo, Jesus Cristo. Oferece-nos o teu Unigênito, o Filho nascido de vós, e ouças todas as súplicas de vossos filhos.
4. Intercessora junto a Jesus Cristo
Maria é percebida como santa e intercessora junto ao Unigênito, pelos pecadores que nela buscam refúgio. O fato é que todos os flagelos da qual a geração precedente foi atingida podem nos atingir. Dessa forma nós nos refugiamos em vós, Ó Maria, para poder gritar ao teu Filho dizendo-lhe: Tu que punes os corações soberbos, ó Cristo, saras com a tua misericórdia e adquira-nos com a tua graça e tenha misericórdia de nós.
5. Oração à Maria
João Damasceno (Homilia sobre a morte de Maria 3,5), presbítero sírio, séculos VII e VIII tinha presente o pedido dos seres humanos a Jesus por intercessão de Maria, da salvação, da libertação dos vícios da alma, de sarar os males do corpo, para ter uma vida tranqüila e de ter uma vida à luz do Espírito Santo. O presbítero João pede para que Maria nos dê a graça do fervor do amor para com o seu Filho e fazer com que a nossa vida resulte a Ele agradável. Concede-nos a graça de após esta vida, participarmos da bem-aventurança da vida eterna. Dessa forma, vendo resplandecer nela a glória do seu Filho, possamos cantar hinos sagrados na alegria eterna, junto com aqueles e aquelas que celebram dignamente as solenidades do Espírito, em honra Daquele que por meio seu, operou a nossa salvação, Cristo, Filho de Deus e nosso Deus, na qual seja dada glória e poder junto com o Pai e o Espírito vivificador.
6. Maria carrega Deus
Santo Efrém, diácono sírio, do século IV, afirmou que Maria é para nós um céu, porque carrega Deus. A divindade altíssima de fato se abaixou e nela tomou habitação; nela se fez pequena para fazer-nos grandes. Em Maria, os ditos dos profetas e dos justos cumpriram-se. Dela surgiu para nós a luz, Jesus Cristo a fim de eliminar as trevas do pecado e da morte.
7. A terra foi renovada
Quando Maria disse sim ao plano do Altíssimo, Deus entrou na humanidade. Para Santo Efrém este dia foi de renovação, de bênçãos em relação a Adão e à Eva porque com o seu pecado levaram à morte o mundo, mas o Senhor do mundo deu-nos em Maria uma vida nova. Se o maligno, por obra da serpente, derramou o veneno no ouvido de Eva; o Benigno se abaixou na sua misericórdia e através do ouvido, entrou em Maria. Pela mesma porta na qual entrou a morte, entrou também a vida que eliminou a morte. Os braços de Maria carregaram aquele que é saudado pelos querubins, o Deus que o universo não pode abraçar, foi abraçado e carregado por Maria.
8. O nascimento de Cristo em Maria
Cirilo de Alexandria, bispo do século V, tem presente a maravilha do nascimento de Jesus Cristo em Maria. Ele vindo à realidade humana, esteve unido a Deus. O Verbo encarnando-se na Bem aventurada Virgem fez do corpo dela, o próprio templo; aquele que nasceu dela era do ponto de vista exterior, homem, mas intimamente Deus verdadeiro. Ele sendo Deus na realidade, destinou a si, ao momento de revestir-se da humanidade, na plenitude dos tempos, uma maneira de nascer diversa de qualquer outro. Cristo Jesus é por Maria verdadeiro homem e por Deus, verdadeiro Deus.
Conclusão
Nós percebemos a eleição de Deus a Maria para estar sem pecado para gerar na carne o Filho de Deus sem o pecado, como dom e como missão. Maria ensina-nos a acolher sempre Jesus. Ela nos mostra Deus, porque carrega Deus em seu coração e o mostra a todos nós. Vivamos o espírito de Maria para anunciar Jesus em nosso coração, na família, na comunidade e na sociedade. Dessa forma o Natal é todo o dia, porque Deus nasce continuamente em nós, assim como nasceu no ventre virginal de Maria.
Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)