A missa de encerramento foi presidida pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família CNBB, dom Ricardo Hoepers, neste domingo, 28, no Centro de Evangelização Angelino Rosa, em Governador Celso Ramos.
O local, que faz parte da Vila da Comunidade Divino Oleiro, foi inspiração para o início da homilia de dom Ricardo. Dirigindo-se ao fundador, padre Márcio Vignoli, o bispo comparou os participantes como barro remodelados pelas mãos de Jesus em cada palestra, partilha, abraço e sorriso. “E ainda não satisfeito, Ele nos envia essa palavra de hoje para dar uma última mexida nesse ‘barro’ que precisa estar um pouco mais moldado do que quando chegou”, brincou.
Voltando para a liturgia do dia, dom Ricardo falou sobre o lugar da Pastoral Familiar na “mesa” do Senhor, a Sua Igreja, especialmente após os momentos vividos no evento e na volta para casa. “Estamos aqui fortalecidos por tudo o que aconteceu. Mas Jesus vem nos dizer: cuidado com a vaidade. Pastoral Familiar, vocês vão voltar para as suas realidades, mas não se sentarão no primeiro banco não. Ele está nos dizendo para ser humildes e não vitimistas. Aprender a reconhecer o nosso lugar de serviço na Igreja, sem nos orgulhar de nada. A vaidade nos coloca inimigos uns dos outros. Tiremos isso”, completou.
Para o bispo, o lugar da Pastoral Familiar é no “último banco”, mas não para “provar a humildade aos outros” e sim para ser “aquela que impulsiona, que ajuda os outros a sentar no lugar mais importante: os pecadores, os esquecidos, os que sofrem… todos os que estão sedentos diante de Deus. Eis quem devemos levar ao primeiro banco, pois são os mais queridos e prediletos de Deus”.
“Vamos abraçar esse propósito de trazer para o coração de Jesus quem está com feridas abertas. E não são poucos. Desde a mais tremenda, como o aborto, mas também suicídio, brigas, intrigas, sofrimentos… A todos esses que têm chagas abertas a Pastoral Familiar precisa ser o alento, o abraço, a acolhida”, convidou dom Ricardo,
Acrescentando que “Jesus nos chama para sermos aqueles que vão trazer a festa para os que nunca tiveram a oportunidade de festejar”, ele recordou o salmo que diz “Com carinho preparastes uma mesa para o pobre”. “O salmo diz que Deus nos prepara uma mesa e, de fato, a mesa está pronta e preparada. Tudo o que fizermos não é para nós, é para a maior glória de Deus. Tudo que realizarmos daqui para frente é para tornar a Família Trinitária – Pai, Filho e Espírito Santo – uma família que vai habitar nas nossas casas, que vai saciar a fome e a sede que temos daquilo que nos espera, que é a vida eterna”, explicou.
Por fim, o bispo usou o exemplo das flores usadas na decoração e o perfume de santidade que devemos exalar. Sem se deixar abalar pelos “espinhos”, as dificuldades que encontramos para participar e realizar este evento, já que “o amor que nada custa já não é amor. O Amor é como espinho que tem cheiro de flor”.
“Dom Wilson, o perfume que nós vamos levar, de Florianópolis a João Pessoa, já está esparramado. Que o perfume de Deus nos leve a sermos a pastoral não nossa ou desse ou daquele grupo, mas a pastoral do Cristo Pastor, que vai perfumar os corações para sentirmos que o que nos impulsiona, o que nos leva a amar o que fazemos, é o próprio Deus, que nos escolheu e nos chama para o caminho da santidade. Amém”, finalizou.