A Igreja recorda, em 28 de abril, Santa Gianna Beretta Molla. Sua dedicação ao matrimônio, a doação à família e a entrega de sua vida em favor de sua filha ainda no ventre fizeram com que alcançasse os altares e fosse declarada patrona das mães, das crianças não-nascidas e do Encontro Mundial das Famílias. Aqui no Brasil, na atuação da Pastoral Familiar, a santa italiana é padroeira do Serviço à Vida.
No prefácio de um livro sobre a santa, o cardeal Carlo Maria Martini escreveu que “aquilo que emerge as leituras das cartas de Gianna é um genuíno quadro de ‘vida familiar segundo o Evangelho’”.
“Como tal se fundamenta sobre a condição que a eleição e a vida matrimonial é uma graça e uma vocação; encontra no matrimônio o fundamento, o paradigma e o modelo de toda experiência de casal e de família; se exprime através de uma vida de fé, de diálogo com Deus e de serviço ao ser humano”.
Cardeal Carlo Maria Martini
Em outro livro sobre a Santa, dessa vez escrito por seu esposo, Pietro Molla, para os filhos, ele recorda a vida de Gianna como “um ato e uma ação perene de fé e caridade; é uma busca incansável por encontrar a vontade do Senhor em cada ocasião e em cada ato por meio da oração e a meditação da Santa Missa e a Eucaristia”
Para ele, “é um realizar continuamente os preceitos e os conselhos evangélicos também àqueles que chamam ao dever, ao apostolado e ao amor, ainda que quando o sacrifício que se realiza seja o da própria vida”.
A história de Santa Gianna
Nascida em 4 de outubro de 1922, Gianna faleceu no dia 28 abril de 1962. Foi médica pediatra italiana, esposa e mãe. Recusou-se a praticar o aborto na quarta gestação, após complicações, tendo fibroma no útero. Mesmo correndo risco de vida, escolheu pela vida de Gianna Emanuela. Dois anos depois, uma de suas filhas, Mariolina, faleceu aos seis anos e meio de idade.
Sua canonização ocorreu em 2004, por decisão do papa João Paulo II. Pietro, o marido de Gianna, e seus filhos Laura, Pierluigi e Gianna, estiveram na cerimônia de canonização. Pela primeira vez na história da Igreja que um marido testemunhou canonização de sua esposa. Em sua homilia, o papa João Paulo II disse que Santa Gianna é “mais do que nunca, uma mensagem significativa do amor divino”.
O milagre reconhecido pela Igreja Católica para canonizar Gianna Molla envolveu uma mãe, Elizabeth Comparini, que teve complicações na 16ª semana de gravidez. Ela rezou para Santa Gianna, pedindo a intercessão da beata pela vida do filho, que nasceu saudável.