Quinze das dezessete coordenações da Pastoral Familiar dos Regionais da CNBB reuniram-se em São Paulo para a Assembléia Nacional Extraordinária, que tratou o Setor Pré-Matrimônio como tema prioritário. O evento foi realizado na Casa de Oração da Cidade Regina, situada na Rodovia Raposo Tavares, altura do Km 19, ainda dentro da cidade de São Paulo. A casa, pertencente à Congregação das Filhas de São Paulo (Paulinas), abrigou os 56 participantes, proporcionando a eles a estadia e os ambientes para a realização dos trabalhos. Estiveram presentes cinco bispos, seis padres assessores e um diácono, e, entre os agentes, dois casais representaram as Equipes de Nossa Senhora e o Movimento Famílias Novas dos Focolares. Na sexta-feira, 20, às 18 horas, foi celebrada a missa de abertura da assembléia, presidida por dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família. Após o jantar, pe. Bento, assessor nacional da Pastoral Familiar, explicou os motivos para a convocação da assembléia extraordinária, ressaltando a possibilidade da tomada de decisões que ela permite e a abertura à participação dos movimentos, serviços, associações e entidades ligadas ao trabalho com as famílias. Ainda naquela noite, dom Orlando, com firmeza, veemência e motivação, apresentou o projeto de Deus para as famílias citando “o princípio”, que liga o Gênesis à história salvífica que passa pelo matrimônio; depois, citou o “casamento no Senhor”, apresentando Paulo Apóstolo, o primeiro teólogo da Igreja, que indicou com essa expressão o caminho para que os casais deixem para trás toda sorte de mundanices, encontrando assim o verdadeiro caminho matrimonial. No sábado, 21, foi celebrada a segunda missa da assembléia, presidida por dom João Carlos Petrini, bispo auxiliar de Salvador e conselheiro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família. Após o café, dom Petrini fez a sua reflexão enfocando o tema “Família e Sociedade”, onde ele destacou que a instituição familiar não é uma invenção humana, e por isso não pode ser alterada ou reconstituída ao bel prazer da sociedade. Ele afirmou que a família é criação de Deus e, por isso, é o lugar da vida e do desenvolvimento do ser humano até a sua maturidade. Concluiu, também, que os poderes governamentais não devem desqualificar e descaracterizar a família tradicionalmente constituída. E que é preciso promover uma sociedade amiga da família, onde todas as forças possam agir em seu favor, através da Pastoral Familiar e outras associações. Por fim, ele defendeu a necessidade de multiplicar as associações familiares capazes de dialogar com a sociedade e com os poderes públicos, sendo um instrumento social com a expressão da religiosidade na vida. Após esta reflexão, iniciaram-se os trabalhos sobre o setor Pré-matrimônio. Conduzido pelo casal coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), Tico e Vera, a primeira parte trouxe três apresentações de trabalhos práticos realizados pelos Regionais Centro-Oeste, representados pelo casal Léo e Dóris; Leste 2, apresentado pelo casal Paulo e Ceci; e Nordeste 2, representados pelo casal Márcia e Henrique. Após as apresentações houve o almoço, seguido da oração do terço. Logo após, realizou-se a segunda parte do trabalho sobre o setor, constituído por um trabalho em grupos. Depois do intervalo para o café da tarde, o presidente da associação AiBi – Amici dei Bambini, da Itália, apresentou aos participantes do evento a entidade e a espiritualidade que a norteia. AiBi pretende dar uma família a quem não a tem, acolhendo “a pedra descartada”, aqueles que não têm pai nem mãe. Ao final da tarde, os representantes dos Regionais realizaram diversos debates sobre assuntos práticos da Comissão Nacional e da Secretaria Nacional da Pastoral Familiar (SECREN), entre eles a questão do curso à distância do INAPAF e dos subsídios, como a Hora da Família. À noite, após a pausa do jantar, os participantes do evento assistiram o filme Licença para Casar, onde um reverendo cria uma forma, no mínimo, interessante de preparar os casais para o casamento. No domingo, após a missa presidida por dom Antônio Augusto Dias Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e também Conselheiro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, foram retomados os trabalhos. Dom Antônio Augusto fez uma reflexão sobre o risco do materialismo e da corrupção política, utilizando as palavras do discurso que o Santo Padre Bento XVI dirigiu ao novo embaixador Brasileiro no Vaticano. O bispo colocou diversos aspectos que estão levando a família a ser mais individualista e relativista. Ressaltou que não se devem levantar bandeiras, mas que cada um deve ser Bandeirante. Desbravando e abrindo caminho no meio da sociedade, buscando o bem da pessoa e da Nação, deve-se levar o anúncio sobre quatro pontos: falando sobre a verdade do ser humano; defendendo o posicionamento sobre o que é o nobre e virtuoso; mostrando o grande bem que está presente na liberdade humana; e evidenciando que existe algo que é o razoável, fundamental e básico para a pessoa e para a sociedade. Depois de dom Antônio, houve mais uma breve reflexão de dom Petrini a respeito das meninas grávidas, lendo e explicando um texto que aponta a condição de fragilidade das crianças maltratadas dentro de casa. Depois, os trabalhos foram finalizados com a leitura do resultado dos trabalhos em grupo desenvolvidos no dia anterior e com as providências tomadas quanto ao calendário 2010. Foi fixado que o próximo encontro nacional das coordenações será realizado em Belo Horizonte, nos dias 13 a 15 de novembro, com ênfase na espiritualidade ou na formação. A assembléia foi encerrada com o almoço e os agentes dos Regionais da CNBB regressaram aos seus estados, permanecendo em São Paulo apenas o casal coordenador, Tico e Vera e o assessor nacional, pe. Bento, para uma reunião de preparação para Peregrinação Nacional em Favor da Família.