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Vocação matrimonial e juventude, desafios e perspectivas na Igreja Contemporânea

03/09/2025
em Artigos
Tempo de leitura: 14 mins leitura
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Papa a uma esposa traída: “o perdão encontra força na graça de Deus”

(Foto: Vatican Media)

Introdução

A vocação matrimonial é um chamado divino que reflete o plano de Deus para a humanidade, especialmente no âmbito da comunhão de amor entre Cristo e a Igreja. Nesse contexto, o matrimônio cristão é elevado à condição de sacramento, sendo uma expressão visível e concreta do amor de Deus. Entretanto, para os jovens da contemporaneidade, essa vocação enfrenta inúmeros desafios. O contexto sociocultural atual, marcado pela fluidez nas relações, pela busca por autonomia e pela relativização de valores, muitas vezes obscurece a profundidade e o propósito do matrimônio como um compromisso de vida, exigindo maior atenção pastoral e catequética por parte da Igreja (Catecismo da Igreja Católica, 1993).

O mundo contemporâneo, influenciado por valores pós-modernos, apresenta uma visão relativista sobre o matrimônio, que muitas vezes o reduz a uma escolha pessoal e circunstancial. Sociólogos como Bauman (2004) apontam para a fragilidade das relações líquidas, onde os laços são mantidos apenas enquanto oferecem satisfação individual. Essa dinâmica é especialmente prejudicial para os jovens que, ao serem imersos em um ambiente de instabilidade emocional, frequentemente têm dificuldade em entender o matrimônio como uma vocação de entrega mútua e compromisso. A desvalorização do matrimônio sacramental contribui para a crise da família, impactando a construção de uma sociedade fundamentada em valores cristãos.

Diante dessa realidade, a Igreja desempenha um papel fundamental ao propor uma pastoral voltada para a juventude, capaz de dialogar com os desafios do mundo atual. Documentos como Amoris Laetitia destacam a importância de uma abordagem que valorize a formação integral dos jovens, considerando não apenas a preparação para o sacramento do matrimônio, mas também o fortalecimento de sua espiritualidade e maturidade emocional. O Papa Francisco (2016) enfatiza que essa formação deve ser dinâmica e acessível, permitindo que os jovens encontrem na Igreja um espaço acolhedor e iluminador para suas dúvidas e inquietações.

O acompanhamento pastoral surge como uma ferramenta indispensável nesse processo. Mais do que orientar sobre aspectos doutrinários, ele oferece um suporte humano e espiritual que ajuda os jovens a enfrentar os desafios do discernimento vocacional. João Paulo II, em sua exortação apostólica Familiaris Consortio (1981), reforça a necessidade de preparar os jovens para uma vida matrimonial que seja ao mesmo tempo comprometida e alegre, destacando a importância do amor conjugal como reflexo do amor divino. Assim, a Igreja é chamada a ser uma presença ativa, que inspire confiança e esperança.

Um dos desafios mais complexos que a Igreja enfrenta é a transformação das configurações familiares e relacionamentos contemporâneos. A convivência pré-matrimonial e as uniões informais, por exemplo, são realidades cada vez mais comuns e exigem uma pastoral que seja, ao mesmo tempo, firme na doutrina e sensível às realidades individuais. Como destaca Rosetti (2015), a capacidade da Igreja de acolher essas situações com empatia e discernimento é crucial para reconquistar a confiança dos jovens e guiá-los para uma vivência mais plena de sua vocação.

Adicionalmente, o impacto das tecnologias digitais nas relações interpessoais não pode ser ignorado. Redes sociais e aplicativos de namoro, ao promoverem interações rápidas e superficiais, têm transformado a maneira como os jovens constroem suas relações. Essa dinâmica, embora traga oportunidades, também gera desafios, como a dificuldade de aprofundar vínculos significativos. Turkle (2011) argumenta que a tecnologia pode alienar as pessoas de relacionamentos verdadeiramente autênticos, enfatizando a necessidade de cultivar uma cultura de presença e conexão genuína.

Apesar de todos esses desafios, a vocação matrimonial continua a ser uma expressão poderosa do amor cristão no mundo. Em meio às adversidades, a Igreja permanece como uma guia essencial, oferecendo aos jovens não apenas um caminho de preparação, mas também a possibilidade de testemunhar o matrimônio como um sinal vivo da graça divina. Rahner (1975) enfatiza que o matrimônio, vivido como uma vocação, é uma resposta concreta ao chamado de Deus para transformar o mundo por meio do amor e da comunhão.

 

Desafios Culturais e Sociais na Vivência do Matrimônio pelos Jovens

O matrimônio, como um compromisso duradouro, enfrenta desafios crescentes devido às mudanças culturais e sociais, especialmente na sociedade pós-moderna. Bauman (2004) observa que as relações humanas, na pós-modernidade, se tornaram líquidas e volúveis, o que dificulta a construção de vínculos duradouros, como o casamento. O aumento do individualismo e a busca incessante por liberdade e satisfação pessoal têm gerado um contexto onde a estabilidade conjugal é frequentemente vista como um fardo em vez de uma bênção (Bauman, 2004).

Bauman (2004, p. 102):

 

Os jovens de hoje enfrentam desafios significativos que impactam diretamente sua visão e prática do matrimônio. A sociedade contemporânea, marcada pelo individualismo e pela fluidez das relações, gera uma cultura que desvaloriza o compromisso a longo prazo e enfatiza a busca por satisfação imediata. Essa mentalidade pode tornar o matrimônio um obstáculo, visto que muitos jovens preferem relacionamentos mais efêmeros ou convivências sem o compromisso formal do casamento. A Igreja, portanto, deve ser uma voz crítica que ajude os jovens a perceber o matrimônio como um caminho de amadurecimento, compromisso e amor sacrificial.[1]

 

Além disso, o impacto das redes sociais tem amplificado a superficialidade das relações, o que dificulta a construção de uma conexão emocional e comprometida. Turkle (2017) destaca que a comunicação digital, embora facilite o contato, também reduz a profundidade das interações humanas, o que pode afetar a qualidade das relações amorosas. Para muitos jovens, isso representa um obstáculo ao matrimônio, pois eles priorizam relações efêmeras que se adaptam rapidamente à fluidez digital, em detrimento de vínculos mais sólidos e comprometidos (Turkle, 2017).

A secularização também exerce grande influência sobre a forma como os jovens veem o matrimônio. Taylor (2007) argumenta que a diminuição da religiosidade e a perda de uma visão transcendente da vida contribuem para a desvalorização do matrimônio como uma vocação divina. Ao invés de ver o matrimônio como um chamado espiritual, os jovens muitas vezes o encaram como uma convenção social, sem o devido valor sacramental (Taylor, 2007).

Além disso, as expectativas em relação ao casamento também foram moldadas pela pressão das representações midiáticas. De acordo com Davie (2021), a mídia e a cultura popular criam padrões irreais de felicidade conjugal, dificultando a percepção de que o matrimônio requer esforço contínuo, sacrifício e compromisso. Esse fenômeno pode levar os jovens a idealizar o casamento e, quando se deparam com as dificuldades naturais da convivência, acabam desistindo da ideia do compromisso duradouro (Davie, 2021). Muller (2022, p. 137):

 

A cultura pós-moderna, com sua ênfase na liberdade individual e no relativismo, gera uma visão distorcida do matrimônio, que é visto por muitos como uma escolha secundária ou uma opção temporária, sem um compromisso profundo. A pressão para atender a expectativas sociais de liberdade e realização pessoal interfere na decisão de muitos jovens em buscar a estabilidade conjugal. Para que o matrimônio cristão seja entendido e vivenciado de forma plena, é necessário que a Igreja se engaje na formação de jovens, oferecendo uma visão alternativa que promova a compreensão do casamento como uma vocação, e não apenas como uma instituição social.[2]

 

Outro fator importante é a instabilidade econômica, que tem levado os jovens a adiar o matrimônio. Smith e Snell (2020) indicam que, devido à insegurança financeira e às dificuldades de encontrar estabilidade no mercado de trabalho, muitos jovens preferem postergar o casamento e focar em outras prioridades, como a educação e a carreira. Esse adiamento afeta diretamente o número de casamentos e também o entendimento do matrimônio como uma prioridade de vida (Smith & Snell, 2020).

Nesse contexto, a Igreja tem um papel importante em ajudar os jovens a superar esses desafios, oferecendo um acompanhamento pastoral que valorize as realidades contemporâneas. Burke (2019) enfatiza que a Igreja deve integrar a catequese tradicional com abordagens mais realistas, levando em conta as dificuldades econômicas e sociais que os jovens enfrentam, além de enfatizar a importância do matrimônio como vocação divina e não apenas como uma convenção social (Burke, 2019).

Por fim, a vivência de uma espiritualidade profunda é um antídoto contra os desafios culturais e sociais enfrentados pelos jovens no matrimônio. Francisco (2016) destaca em Amoris Laetitia que a fé e a vida espiritual devem ser integradas no matrimônio, pois oferecem a força necessária para enfrentar as adversidades que surgem ao longo da vida conjugal. A Igreja deve, portanto, orientar os jovens a fortalecer sua espiritualidade pessoal e conjugal, de modo a criar um matrimônio sustentável e baseado em valores cristãos duradouros (Francisco, 2016).

 

A Preparação Pastoral e Catequética para o Matrimônio

A preparação para o matrimônio é um dos pilares centrais na pastoral da Igreja, especialmente quando se trata de jovens. De acordo com Burke (2019), a preparação para o matrimônio não pode ser vista apenas como um curso de instrução doutrinária, mas como um processo formativo integral, que deve incluir aspectos espirituais, emocionais e práticos. A formação de casais jovens deve ajudar a desenvolver uma compreensão profunda do matrimônio como uma vocação e não como um contrato social (Burke, 2019). Francisco (2016, p. 49):

 

A preparação para o matrimônio não deve ser entendida apenas como um período antes do casamento, mas como um processo contínuo, que abrange a vida conjugal e que é essencial para a vivência plena da vocação matrimonial. A Igreja tem a responsabilidade de fornecer uma formação robusta, que combine a catequese tradicional com uma abordagem prática que prepare os jovens para as realidades emocionais e espirituais do matrimônio. Como afirma o Papa Francisco, ‘A preparação ao matrimônio é um processo, que exige acompanhamento, escuta, orientação e, sobretudo, ajuda para compreender o grande valor da vocação matrimonial’.[3]

 

 

O Papa Francisco, em Amoris Laetitia (2016), salienta que a preparação pastoral precisa ser personalizada, considerando as diferentes realidades dos jovens. Ele afirma que a Igreja deve ser acolhedora, oferecendo um acompanhamento contínuo e uma orientação prática para os jovens, de forma a prepará-los para os desafios e alegrias do matrimônio. Segundo o Papa, a pastoral matrimonial deve levar em consideração o contexto cultural e social dos casais, para que eles possam viver plenamente a vocação ao matrimônio (Francisco, 2016).

Uma das principais preocupações na preparação pastoral é o fortalecimento do compromisso dos jovens com o matrimônio. Smith e Snell (2020) indicam que a falta de preparação emocional e espiritual adequada pode levar os jovens a entrarem no matrimônio sem a compreensão necessária sobre os desafios que ele impõe. Portanto, uma preparação mais profunda e contínua é essencial para garantir que os casais jovens se sintam preparados para enfrentar as dificuldades de uma vida conjugal sólida e duradoura (Smith & Snell, 2020).

A catequese matrimonial deve ser mais do que uma simples transmissão de conhecimento teológico sobre o casamento; ela precisa envolver os jovens em um processo de discernimento que os ajude a entender o matrimônio como um compromisso profundo e sagrado diante de Deus. De acordo com Muller (2022, p.95):

 

A preparação pastoral para o matrimônio deve ir além da formalidade, sendo um espaço de escuta, reflexão e oração, onde os noivos possam perceber o casamento como uma vocação e uma chamada divina, ao invés de um mero contrato social’. É esse tipo de formação que fortalece os laços matrimoniais e prepara os casais para os desafios que virão com o tempo.[4]

 

Além disso, a preparação pastoral deve incluir a formação prática sobre os aspectos cotidianos do matrimônio, como a gestão financeira, a educação dos filhos e a resolução de conflitos. Rosetti (2020) argumenta que, muitas vezes, a Igreja foca exclusivamente nos aspectos teológicos e espirituais do matrimônio, negligenciando as questões práticas. A Igreja precisa, portanto, adaptar sua catequese para que os casais jovens se sintam equipados para enfrentar os desafios diários de um relacionamento conjugal (Rosetti, 2020).

Outro ponto importante é a formação afetiva, que deve ser abordada de forma clara e honesta durante a preparação para o matrimônio. Cormac Burke (2019) enfatiza que o amor conjugal não é apenas uma questão de atração física ou emocional, mas um compromisso profundo e duradouro que exige uma grande maturidade emocional. Para isso, é necessário que os casais compreendam a importância de cultivar o diálogo, o perdão e a paciência no relacionamento (Burke, 2019).

A Igreja também precisa criar espaços para que os jovens casais compartilhem suas experiências e dúvidas durante o processo de preparação. De acordo com Walton (2021), os programas de formação em grupo, como retiros e encontros, oferecem uma oportunidade única para que os casais conversem abertamente sobre seus medos, expectativas e questões práticas, fortalecendo a confiança e a união entre eles. A partilha de experiências é um componente vital para o crescimento do relacionamento e para o fortalecimento do compromisso matrimonial (Walton, 2021).

Finalmente, a Igreja deve ser capaz de adaptar sua pastoral às mudanças sociais e culturais. De acordo com Harrington (2023), as novas gerações enfrentam desafios que são diferentes daqueles enfrentados por gerações anteriores. A preparação para o matrimônio, portanto, deve ser dinâmica, incluindo novas abordagens que ajudem os jovens a navegar nas complexidades da vida moderna, mantendo, no entanto, a centralidade da fé cristã e da vocação divina do matrimônio (Harrington, 2023).

 

A importância da família na formação matrimonial dos Jovens

 

A formação matrimonial começa em casa, na família, que é a primeira escola de valores e de afetividade. Segundo o Papa Francisco (2016), a família é o “primeiro lugar onde se aprende a amar”, e é nesse ambiente que os jovens moldam suas expectativas sobre o casamento. A convivência familiar oferece um modelo de relacionamento que pode ser determinante para as escolhas futuras dos filhos. Quando a família é solidamente estruturada e fundamentada nos valores cristãos, ela serve como um pilar de apoio para a construção de um matrimônio saudável e duradouro (Francisco, 2016).

Quando o casamento é vivido dentro de uma espiritualidade profunda, ele se torna um pilar de estabilidade. A relação matrimonial é constantemente desafiada por dificuldades externas e internas, mas a prática constante de valores cristãos como a paciência, o perdão e o amor sacrificial, cultivados pela espiritualidade, confere resistência ao vínculo conjugal. De acordo com Muller (2022, p.121):

 

A espiritualidade não é apenas um fator de união entre os cônjuges, mas também um recurso fundamental para superar os obstáculos e fortalecer a relação, tornando o casamento um testemunho vivo de fé e amor em Deus’. Este compromisso espiritual é a base sobre a qual o matrimônio pode resistir ao tempo e às dificuldades.[5]

 

No entanto, a realidade de muitas famílias contemporâneas, marcadas por separações e conflitos, pode impactar negativamente a visão dos jovens sobre o matrimônio. De acordo com Bauman (2004), a instabilidade familiar observada na sociedade pós-moderna reflete-se na forma como os jovens encaram o compromisso conjugal. Eles podem associar o matrimônio à instabilidade, levando-os a evitar o compromisso a longo prazo. Portanto, as comunidades cristãs precisam proporcionar espaços de formação familiar, em que os jovens possam aprender os valores do amor fiel e sacrificial, fundamentais para um casamento cristão (Bauman, 2004).

A família desempenha um papel fundamental na formação das atitudes e expectativas dos jovens em relação ao matrimônio. Quando uma criança cresce em um ambiente onde o matrimônio é vivido de maneira estável e comprometida, com base nos princípios cristãos, ela internaliza esses valores como fundamentais para a construção de sua própria vida conjugal. Segundo o Papa Francisco (2016, p. 29):

 

A família é o primeiro lugar onde se aprende a amar. A harmonia familiar e o testemunho de um amor autêntico entre os pais são os primeiros passos para que os filhos compreendam o matrimônio como um projeto de vida e não apenas uma instituição. Esse aprendizado familiar fornece os alicerces para a formação de jovens que irão viver o matrimônio de maneira fiel e duradoura.[6]

 

A catequese, desde a infância, deve ser uma base sólida para a vivência dos valores do Evangelho, incluindo o entendimento do matrimônio como uma vocação divina e não apenas uma união civil. Segundo Müller (2022), a educação religiosa prepara os jovens para o matrimônio, ajudando-os a perceber o sacramento do casamento como um compromisso profundo e transcendente, fundamentado no amor de Cristo. Além disso, a educação cristã proporciona aos jovens a compreensão de que o matrimônio não é apenas um projeto pessoal, mas um chamado a servir ao outro, à família e à sociedade (Müller, 2022).

Por fim, a convivência em uma comunidade cristã sólida, onde o exemplo de casais e famílias é valorizado, tem o poder de reforçar as convicções dos jovens sobre o matrimônio. Quando os jovens veem casais que vivem de acordo com os valores cristãos, mesmo diante das dificuldades, eles são incentivados a seguir esse modelo. De acordo com Taylor (2007), a comunidade de fé oferece um espaço seguro onde os jovens podem aprender e experimentar as virtudes do matrimônio, como o respeito, a paciência e a generosidade (Taylor, 2007).

 

Considerações

As questões abordadas neste estudo destacam a relevância da vocação matrimonial dentro da Igreja contemporânea, especialmente quando se trata da juventude. Em um contexto onde os desafios culturais e sociais interferem diretamente nas escolhas dos jovens, é fundamental que a Igreja ofereça um acompanhamento pastoral e catequético que permita uma compreensão mais profunda do matrimônio como um chamado divino, e não apenas uma decisão social ou circunstancial. A preparação para o matrimônio deve ser um processo contínuo, que envolva não apenas a formação teológica, mas também práticas espirituais e emocionais, essenciais para a construção de relacionamentos estáveis e duradouros.

Em conclusão, a Igreja tem uma grande responsabilidade em guiar os jovens para uma vivência plena da vocação matrimonial. A preparação pastoral e catequética deve ser contínua e envolvente, abrangendo todas as dimensões do ser humano: espiritual, emocional, prática e relacional. Somente por meio de uma formação integral, que inclua a educação familiar, a preparação pastoral, a vivência espiritual e o suporte contínuo, será possível enfrentar os desafios culturais e sociais que hoje impactam a instituição matrimonial, garantindo que os jovens possam viver a vocação matrimonial de forma madura e duradoura.

 

QUESTÕES

  1. Como criar consciência nas famílias que a preparação matrimonial inicia nos primeiros dias de gestação e segue um itinerário vocacional? Como tornar a família um santuário da vida?
  2. A família é a escola vocacional por excelência. Como retomar a prioridade dessa escola? Como fazer os pais assumirem o seu papel de educar na fé?

 

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

BRANDÃO, José de Jesus. Matrimônio e família na Igreja atual: desafios e perspectivas. São Paulo: Editora Teológica, 2021.

CASSIOLATO, Marilda. A vida matrimonial e os desafios contemporâneos. Campinas: Editora São Paulo, 2019.

FRANCISCO, Papa. Amoris Laetitia. Vatican Press, 2016. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia.html. Acesso em: 2 dez. 2024.

GONÇALVES, Carolina. A importância da espiritualidade no matrimônio cristão. 2. ed. Belo Horizonte: Editora Fé, 2020.

LIMA, Carlos. Desafios culturais e sociais na vivência do matrimônio pelos jovens. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Cristã, 2018.

MÜLLER, Hermann. O caminho do matrimônio cristão: vocação e desafios. São Paulo: Editora Católica, 2022. Disponível em: https://www.editoracatolica.com.br/caminho-do-matrimonio-cristao. Acesso em: 9 dez. 2024.

PEREIRA, Jorge. A preparação catequética e pastoral para o matrimônio. Fortaleza: Editora Universidade, 2017.

SANTOS, Maria José. Família e vocação cristã no século XXI. São Paulo: Editora Vozes, 2022.

SILVA, Paulo. O impacto da sociedade contemporânea nas escolhas matrimoniais dos jovens. 3. ed. Curitiba: Editora Nova, 2019.

 

Pe. Rodolfo Chagas Pinho

Presbítero da Diocese de Jacarezinho-PR. Mestrando em Teologia Sistemático Pastoral, PUC-Rio (Rio de Janeiro). Especialista em Pastoral pela Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte, Especialista em Família pela Faculdade Mar Atlantico. Bacharel em Comunicação Social – Publicidade de Propaganda. Graduado em Filosofia e Teologia pelo Seminário Divino Mestre em Jacarezinho. Atualmente Assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e Secretário Executivo Nacional da Pastoral Familiar. E-mail: rodolfodiocesano@hotmail.com

 

 

[1] Bauman, Zygmunt. Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos. Jorge Zahar, 2004, p. 102.

[2]  Muller, Hermann. O Caminho do Matrimônio Cristão. Editora Católica, 2022, p. 137.

[3] Francisco, Papa. Amoris Laetitia. Vatican Press, 2016, p. 49.

[4] Muller, Hermann. O Caminho do Matrimônio Cristão. Editora Católica, 2022, p. 95.

[5] Muller, Hermann. O Caminho do Matrimônio Cristão. Editora Católica, 2022, p. 121.

[6] Francisco, Papa. Amoris Laetitia. Vatican Press, 2016, p. 29.

Tags: Setor Pré-MatrimônialVida Matrimonial
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