Em entrevista, secretário executivo da Comissão Nacional da Pastoral Familiar fala sobre o Dia de Valorização da Família
Neste dia 21 de outubro, é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Valorização da Família. É uma oportunidade de reafirmar a importância da célula-mãe da sociedade. Recordando seu pronunciamento no Congresso Nacional há um ano, padre Crispim Guimarães, assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e secretário executivo da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), pontua alguns dos elementos destacados na ocasião a partir da realidade que as famílias vivem neste momento tão particular da história.
Em 2019, padre Crispim destacou que a família continua a ser chamada “a se aprimorar no amor, no respeito mútuo dos seus membros”. Tais atitudes, segundo ele, serão “essenciais para a renovação e construção de uma verdadeira sociedade do bem-estar e de políticas públicas coerentes e capazes de, senão erradicar, ao menos baixar os indicadores alarmantes de violência, as mais variadas, consumo de drogas, comportamentos autodestrutivos”.
Recorde o pronunciamento do padre Crispim na Câmara dos Deputados:
A partir de suas reflexões sobre o aprimoramento de atitudes essenciais para a renovação e construção de uma verdadeira sociedade do bem-estar, padre Crispim destacou que “com a sociedade, a família precisa desempenhar seu ‘dever ser’ de célula mãe, que oferece, a partir da convivência justa, fraterna e amorosa na casa, aquele modelo que a sociedade deve basear-se (princípios universais) que valorize a todos como portadores de dignidade”.
Confira a entrevista na íntegra:
Ao mesmo tempo em que temos a oportunidade de fortalecimento das famílias, temos também, neste momento da história brasileira, a alta vulnerabilidade e a perda de familiares vítimas da pandemia. Como celebrar este dia num momento tão sensível?
Devemos aproveitar a oportunidade dolorosa da pandemia para descobrir as coisas simples do cotidiano. Não negar as dificuldades, mas procurar enfrentá-las com paciência e sabedoria, procurando também pessoas, aí também a Igreja por meio de suas pastorais e serviços, que possam escutar, aconselhar, acolher e confortar.
Em seu discurso, o senhor afirmou que a família continua a ser chamada a se aprimorar no amor, no respeito mútuo dos seus membros. Como podemos avançar neste sentido?
Podemos procurar respeitar os membros da família como eles são, ajudando no processo de autonomia realizado no diálogo, não querendo que o outro seja como desejo, mas ajudando-o a descobrir a sua imagem de Deus que está no seu íntimo.
A família tem como tarefa primordial ser espaço de educação, que conduz pela “mão” da existência a pessoa para desenvolver seus talentos, especialmente aqueles que são inatos, baseados nos valores autotranscendentes: amor, fraternidade, caridade, perdão, etc.
Quais são as tarefas das próprias famílias e quais compromissos a sociedade precisa assumir para alcançar este aprimoramento essencial “para a renovação e construção de uma verdadeira sociedade do bem-estar e de políticas públicas coerentes”?
Com a sociedade, a família precisa desempenhar seu “dever ser” de célula mãe, que oferece, a partir da convivência justa, fraterna e amorosa na casa, aquele modelo que a sociedade deve basear-se (princípios universais) que valorize a todos como portadores de dignidade.
