O Papa Francisco retomou o tema do inverno demográfico e a sua preocupação diante da queda de natalidade que tem se consolidado em diversas partes do mundo. “O problema do nosso mundo não é o nascimento de crianças: é o egoísmo, o consumismo e o individualismo, que tornam as pessoas saciadas, sozinhas e infelizes”, disseram.
A mensagem foi publicada na última semana, diante do Dia Mundial da População. “O problema não é quantos de nós há no mundo, mas que tipo de mundo estamos construindo; não são as crianças, mas o egoísmo, que cria injustiças e estruturas de pecado”, completou o Pontífice.
Em maio deste ano, por exemplo, o Pontífice participou de mais uma edição em Roma dos Estados Gerais da Natalidade, um evento promovido pelo Fórum das Associações Familiares e que visa sensibilizar o público sobre os problemas e soluções ligados ao declínio da natalidade na Itália. Um tema que “está muito próximo do meu coração”, disse ele em discurso, ressaltando que “os filhos são dons que recebemos, e isso nos faz lembrar que Deus tem fé na humanidade”.
No passado, ainda recordou o Papa naquela oportunidade, alguns estudos e teorias alertavam sobre o número de habitantes da Terra, pois o nascimento de muitas crianças criaria desequilíbrios econômicos, falta de recursos e poluição:
“Sempre me chamou a atenção o fato de que essas teses, já ultrapassadas, falavam dos seres humanos como se fossem problemas. Mas a vida humana não é um problema, é uma dádiva. E na raiz da poluição e da fome no mundo não estão as crianças que nascem, mas as escolhas daqueles que só pensam em si mesmos, o delírio de um materialismo desenfreado, cego e desmedido, de um consumismo que, como um vírus maligno, mina a existência das pessoas e da sociedade pela raiz”, disse.
Ao denunciar o egoísmo presente no coração de tantas pessoas, o Papa sublinhou que “o problema não é quantos de nós há no mundo, mas que tipo de mundo estamos construindo; não são as crianças, mas o egoísmo, que cria injustiças e estruturas de pecado, a ponto de tecer interdependências doentias entre sistemas sociais, econômicos e políticos”. Os lares, observou ainda Francisco, “estão cheios de objetos e vazios de crianças, tornando-se lugares muito tristes. Não faltam cachorrinhos, gatos…O que está faltando são crianças”, apontou à época.
*Com informações do Vatican News