A série de catequeses sobre São José chegou ao fim nesta quarta-feira (16), na audiência geral realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano. O tema foi “São José, padroeiro da Igreja Universal”. As catequeses formam um complemento à carta apostólica Patris corde, elaborada pelo Pontífice para celebrar os 150 anos da proclamação do santo com padroeiro da Igreja Católica.
Francisco recordou que em cada história em que José é o protagonista, o Evangelho observa que ele toma consigo o Menino e a sua mãe e faz o que Deus lhe ordenou. “A tarefa de José é proteger Jesus e Maria. Jesus, Maria e José são o núcleo primordial da Igreja”, destacou.
Iniciativa esta que, segundo o Papa, devemos repetir na nossa caminhada. “Aqui há um traço muito bonito da vocação cristã: proteger. Proteger a vida, proteger o desenvolvimento humano, proteger a mente humana, proteger o coração humano, proteger o trabalho humano… O cristão é – podemos dizer – como São José: ele deve proteger. Ser cristão não é apenas receber a fé, confessar a fé, mas proteger a vida, a própria vida, a vida dos outros, a vida da Igreja”, apontou.
“O Filho do Altíssimo veio ao mundo numa condição de grande fragilidade. Ele quis precisar ser defendido, protegido e cuidado”, reforçou o Santo Padre.
Amar o Menino e sua mãe
O Papa frisou que Deus e Maria confiavam em José como guardião da família e do Menino Jesus. “São José não pode deixar de ser o Guardião da Igreja, porque a Igreja é o prolongamento do Corpo de Cristo na história e ao mesmo tempo, na maternidade da Igreja, espelha-se a maternidade de Maria. José, continuando a proteger a Igreja, continua a proteger o Menino e sua mãe; e também nós, amando a Igreja, continuamos a amar o Menino e sua mãe”, ressaltou.
De acordo com o Santo Padre, devemos aprender com José a “guardar” estes bens: 1) amar o Menino e a sua mãe; 2) amar os sacramentos e o povo de Deus; 3) amar os pobres e a nossa paróquia.
“Hoje é comum, é de todos os dias criticar a Igreja, para apontar as suas incoerências, os seus pecados, que na realidade são as nossas incoerências, os nossos pecados, porque a Igreja sempre foi um povo de pecadores que encontra a misericórdia de Deus. Perguntemo-nos se, no fundo do coração, amamos a Igreja. De fato, só o amor nos torna capazes de falar plenamente a verdade, de uma forma não partidária; de dizer o que está errado, mas também de reconhecer toda a bondade e santidade que estão presentes na Igreja, começando precisamente por Jesus e Maria. Amar a Igreja, proteger a Igreja e caminhar com a Igreja”, afirmou. “Mas a Igreja não é aquele pequeno grupo que está perto do padre e manda em todos, não. A Igreja somos todos, todos nós. A caminho. Guardar um ao outro, guardar reciprocamente. Esta é uma boa pergunta: quando tenho um problema com alguém, tento protegê-lo ou condená-lo imediatamente, falo mal dele, o destruo?”, indagou o Pontífice.
Intercessão
Por fim, Francisco encorajou os fiéis a pedirem a intercessão de São José nos momentos mais difíceis de suas vidas e de suas comunidades. “Onde os nossos erros se tornam um escândalo, peçamos a São José que nos dê coragem para dizer a verdade, pedir perdão e recomeçar humildemente”, disse. “Onde a perseguição impede que o Evangelho seja proclamado, peçamos a São José a força e a paciência para suportar abusos e sofrimentos por amor ao Evangelho. Onde quer que os meios materiais e humanos sejam escassos e nos façam experimentar a pobreza, especialmente quando somos chamados a servir os últimos, os indefesos, os órfãos, os doentes, os descartados da sociedade, rezemos a São José para que seja Providência para nós”, concluiu o Papa.
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